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68 Novembro 2024 | AutoData PERSPECTIVAS 2025 » IMPORTADOS Ricardo Bastos ressalta que a grande movimentação de veículos elétricos e híbridos plug-in chineses no ano passado e neste trouxe aos consumidores a possibilidade de provar da mais moderna tecnologia disponível no mundo: “E não apenas com modelos premium mas em todas as categorias, desde hatches subcompactos até SUVs de luxo”. O presidente da Abeifa acredita que este tipo de ação governamental, como a do aumento do imposto de importação, tem efetividade nula a curto prazo e ainda pode ser danosa a médio e longo prazos: “O que o Brasil precisa mesmo é de uma política industrial abrangente e bem pensada”. Sob este prisma o executivo da ABVE e GWM imagina que, da mesma forma que a competitividade dos eletrificados de marcas da China geraram grandes reduções de preço de montadoras estabelecidas há mais tempo no País, o contrário poderá ocorrer quando o imposto de importação dos híbridos e elétricos chegar a 35%: “Será inviável para alguns modelos manter valores competitivos e isto poderá puxar de novo para cima a tabela de produtos de outras marcas”. FATORES MACROECONÔMICOS Com relação ao cenário da economia brasileira Kalume Neto avalia que a oferta de crédito é um fator que deve afetar o mercado como um todo em 2025, contudo nem tanto os importados: “Era algo que vinha com um bom ritmo até os juros começarem a subir, mas é na venda dos veículos nacionais que se sente mais”. Para Marcelo Godoy a atual volatilidade cambial é a variável que mais prejudica o segmento: “O câmbio está pressionado e tem de ser melhor direcionado. Se o dólar ficar nesta cotação alta, perto de R$ 6, por muito tempo ficará insustentável para a importação”. Ao menos quanto à inflação Bastos vê momento mais favorável: “Se os níveis deste ano se mantiverem já será excelente”. Godoy acrescenta: “Não vejo a inflação tendo grandes oscilações, mas o PIB deverá crescer menos, algo de 1,5% a 2%”. Quanto ao Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, o dirigente da ABVE estima que haverá definições importantes ainda em 2024: “Nós trabalhamos com a hipótese de que até o fim deste ano deveremos conhecer não sei se toda regulamentação que está pendente, mas uma parte boa dela”. Para ele dificilmente será o caso ainda no que resta deste ano de conhecer como funcionará o IPI Verde, mas outros pontos têm boas possibilidades de receber as definições finais, como a nacionalização e a bonificação dentro do Mover: “Por exemplo: o que são aquelas tecnologias novas que serão premiadas ou pelo menos tratadas de forma a serem atraídas para o Brasil? São medidas que podem ajudar mas precisam ser bem calibradas”. “ O ano que vem deverá apresentar uma redução, mesmo que leve, no volume das importações, mas o maior problema para o segmento deverá acontecer a partir de 2026.” Milad Kalume Neto, consultor Divulgação/Nissan

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