67 AutoData | Novembro 2024 O universo de alta voltagem importado aumenta muito se forem contabilizadas as vendas das chinesas generalistas BYD e GWM, que trazem apenas híbridos e elétricos e já emplacaram juntas mais de 80 mil unidades de janeiro a outubro. De toda forma entidades ligadas a este nicho apostam que a mordida do imposto será sentida em algum momento, mas não tão cedo. ALTA DAS VENDAS EM 2025 Com relação às empresas que fazem parte da Abeifa o presidente Marcelo Godoy, também presidente da Volvo Cars Brasil, acredita que o mercado de importados ainda crescerá em 2025: “Estimamos uma alta de 8% a 10% sobre 2024, que deve ser de 95 mil a 97 mil unidades”. Ainda mais otimista é Bastos, também diretor de relações institucionais e governamentais da GWM Brasil. Segundo ele as importações de eletrificados devem continuar relevantes e alcançar em torno de 150 mil exemplares no ano que vem, mais do que a metade da previsão para o mercado brasileiro total de híbridos e elétricos, de 270 mil veículos – aqui, um forte crescimento de quase 64% sobre os 165 mil esperados para o fechamento de 2024. “Agora que estamos perto da virada do ano começa a surgir um volume maior de micro-híbridos, principalmente nacionais, motivados pela entrada da fase L8 do Proconve, em janeiro”, observa Bastos sobre a principal causa desta alta na eletrificação. O executivo destaca outro aspecto da nacionalização dos eletrificados, que será o início da produção local, em 2025, de modelos plugáveis – leia-se BYD e GWM que estão com suas fábricas em fase final de conclusão. Bastos acrescenta que “estas montadoras também trarão novos modelos para o mercado e o volume de importação certamente vai deixar de crescer no ritmo de hoje, até pelo aumento do imposto de importação, mas não deve cair e, sim, reduzir a proporção sobre a produção nacional”. Em contrapartida o consultor automotivo independente Milad Kalume Neto prevê que o mercado de importados já terá uma pequena queda no ano que vem, mesmo com o início das operações no Brasil de mais marcas chinesas importadas como Neta Auto e Zeekr, já neste ano, e da GAC, prevista para 2025, fator que pode colaborar com a manutenção do aquecimento do setor de importados. “O ano que vem deverá apresentar uma redução, mesmo que leve, no volume das importações, mas o maior problema para o segmento deverá acontecer a partir de 2026”, observa Kalume Neto. De acordo com ele até investimentos futuros, recém- -anunciados por fabricantes que estão a caminho do País, correm o risco de ser revisados: “A insegurança jurídica local é algo que pode afetar decisões já tomadas.” Na opinião do consultor medidas protecionistas repentinas, como a escalada da alíquota de importação, não causam aumentos significativos na produção: “Além disto os modelos importados são importantes para puxar o avanço da indústria local”. “ Estimamos uma alta nas vendas de importados [das associadas] de 8% a 10% em 2025.” Marcelo Godoy, presidente Abeifa Divulgação/Nissan
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