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6 LENTES Novembro 2024 | AutoData Por Vicente Alessi, filho Sugestões, críticas, comentários, ofensas e assemelhados para esta coluna podem ser dirigidos para o e-mail vi@autodata.com.br TRANSPONDER Estava, já, na rua de casa, caminho de todo o dia desde 2006. A 20 metros do portão de entrada do prédio, num canto da divisa Aclimação-Cambuci, em São Paulo, debruçada sobre o Parque da Aclimação. Estava com a maquininha de apertar o botão para abrir o portão nas mãos quando o carro para – simplesmente para, estaciona, breca, trava. Acionei o freio de mão. Meu Ford Focus 2019 de última série, bonitão, até imponente no seu formato hatchback, simplesmente não respondia a nenhum comando. Coloquei o câmbio na posição Neutro e consegui chegar até o portão. Igor e Rogério, trabalhadores do condomínio, me ajudaram a colocar o carro na vaga – por sorte no nível da rua apesar de ser considerada subsolo. Não entendi nada. TRANSPONDER 2 Na concessionária CAOA Ford que utilizo arguiram a possibilidade de ser uma encrenca com a bomba de combustível, e que deveria acionar o guincho, por meio da seguradora, para levar o carro até lá. Desisti de qualquer atitude naquele dia, um fim de quarta-feira outonal depois de almoço com os integrantes do Gabinete de Velhinhos Sábios: já era muito para tomar uma atitude. Deixei tudo para o dia seguinte. Já na quinta-feira chamei o socorro mecânico garantido pela HDI. O profissional chegou, cumprimentou, olhou, perguntou pormenores da ocorrência e, boa gente, fechou com o diagnóstico do consultor da concessionária: chame o guincho e carregue o carro para lá: deve ser a bomba de combustível. Quem sabe algum problema com a qualidade do combustível? Não tinha mais o que fazer ali. TRANSPONDER 3 Claro. Obedeci ao conselho e chamei o guincho, que chegou em 40 minutos. Seu Augusto chegou como príncipe saariano com beca da Liberty. Me disse bom dia, que era uma satisfação me atender – apesar da circunstância de um carro morto na vaga da garagem. Pediu que descrevesse os fatos e me ouviu com atenção. Pediu que o levasse até a minha jóia e sentou-se ao volante. Apertou o botão do start e a resposta foi a de engrenagens internas e mais sei lá o que num barulho estranhíssimo. Seu Augusto me perguntou onde estava a chave e eu estranhei o tom de sua voz ao dizer cha-ve. Entreguei a ele. Encostou-a no botão do start e deu a partida. Eureka!!!!!! TRANSPONDER 4 Puta que os pariu!: o motor abriu como se fosse ronronar de gatinhos e estacionou no padrão da marcha lenta, 750 rpm. Sem rompantes nem sacudidelas. Simplesmente funcionou como de hábito, como aprendera desde a sua manufatura. Seu Augusto sugeriu darmos uma volta no quarteirão. E o bicho foi ganhando quilometragem como sempre, um baita motor prum baita carro. Uma perfeição. Eu já olhava para seu Augusto como mensageiro de boas notícias quando ele interrompeu minhas digressões para opinar a respeito da encrenca toda. Uma baita besteira, disse ele.

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