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55 AutoData | Novembro 2024 “ Apesar do recente aumento dos juros ainda temos uma taxa ao consumidor inferior à da praticada no ano passado.” Haroldo Silva, Corecon SP Divulgação/BMW puta comercial com a China, ao mesmo tempo em que promete deportações e barreiras a imigrantes. Ambos são fatores de aumentos de custos inflacionários no país que sinalizam uma política econômica mais restritiva, com aumento de juros e impacto no câmbio e nos preços praticados no Brasil. ECONOMIA REAL VAI MELHOR O economista traça um retrato da economia brasileira considerando que o governo, de característica desenvolvimentista, é mais condescendente com a alta da inflação, desde que seja acompanhada do crescimento do PIB. Tanto que ele espera por crescimento da economia acima de 3,5% este ano, com base no desempenho do setor produtivo, impactado positivamente em patamares maiores. Silva admite, no entanto, ser notório que indústria e serviços sentem a aceleração da economia antes das instituições financeiras e consultorias. Como exemplo ele cita o incremento das vendas de veículos no País de janeiro a outubro, de 15% na comparação com o mesmo período de 2023, acompanhado de ingresso de investimentos estrangeiros e eletrificação: “O dinamismo dessa nova demanda não está totalmente capturado pelo Focus. A economia real, em especial, pode trazer crescimento adicional. O Banco Central está corrigindo um pouco essa situação com o lançamento da pesquisa Firmus [ainda em fase piloto], ouvindo economistas e empresas do setor produtivo. O levantamento deve trazer benefícios a longo prazo”. Haroldo Silva destaca ainda, como aspecto positivo, o aumento do trabalho formal, permitindo que as pessoas assumissem financiamentos a longo prazo e a renovação de frotas das locadoras: “Apesar do recente aumento dos juros ainda temos uma taxa ao consumidor inferior à praticada no ano passado”. Ele alerta, porém, para o risco de armadilhas, com a prática de juros futuros “impagáveis”. E caso ocorra queda da Selic os juros reais assumem patamar ainda maior: “Considero a atual taxa injustificável. É semelhante à da Rússia. E não estamos em guerra”. O câmbio, projetado a R$ 5,50 para os dois anos, não terá grande impacto, ele avalia, uma vez que o mercado já precificou o afrouxamento da política fiscal. Silva entende que, juntamente com o aumento do consumo das famílias, também são positivos para manter a economia aquecida os recursos para investimentos do BNDES destravados pelo PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, bem como outras linhas públicas que estão financiando inovações e a descarbonização de processos. O economista projeta PIB com alta de 2,1% em 2025, Selic de 11,75% este ano e de 11,5% no próximo exercício, inflação de 4,5% ao fim de 2024 declinando para 4,1% no ano seguinte, com impacto de preços agrícolas e os administrados, como tarifas de energia.

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