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54 Novembro 2024 | AutoData PERSPECTIVAS 2025 » MACROECONOMIA Mas é bom lembrar: a taxa média anual de juro de 25,5% ao ano para financiamentos de veículos para pessoas físicas, segundo último levantamento do BC em setembro, embute spread de 14,25 pontos com relação à Selic atual de 11,25%, o que é maior do que os 13 pontos de spread cobrados quando a taxa básica estava bem mais elevada, em 13,75%, um ano atrás. FALTA BASE SÓLIDA A economista Juliana Inhasz, professora do Instituto de Ensino e Pesquisa Insper, espera crescimento do PIB de 3% este ano e de 1,8% a 2% para o próximo, recuo proveniente de aumento de juros “ O Brasil precisa de um plano de crescimento sustentável de longo prazo, com capacitação de mão-deobra, melhoria da qualificação para pesquisadores e especialistas em tecnologia para incentivar a capacidade de produção.” Juliana Inhasz, Insper Divulgação/BMW e da pressão inflacionária. O câmbio, para ela, deve permanecer em R$ 5,50 nos dois períodos, a inflação em 4,65% em 2024 e em 4,5% em 2025 por causa da estiagem, custo de produção, queda da demanda e de gastos públicos. O cenário deve impactar o mercado de trabalho. Já a Selic encerra este ano em 11,75% e o próximo em 11,5%. Ela justifica: “Temos um governo ativo na concessão de auxílios e benefícios sociais, da folha de pagamento, antecipação de pagamento de precatórios e até do salário mínimo. Só que é uma economia que carece de aumento da capacidade produtiva significativa e de investimentos”. Embora o PIB apresente crescimento de 3% a 3,5% a especialista lamenta a falta de elementos sustentáveis no campo minado da economia, marcada pela desigualdade social, incertezas e inflação alta, sentida especialmente pela população de baixa renda. Para a analista os investidores temem injetar recursos em setores produtivos em um País com perspectiva de crescimento baixo e incerto e com orientação que muda a cada novo governo. Ela lembra que a dívida bruta está em torno de 80% do PIB e atrai um capital interessado em ganhos financeiros. “O Brasil precisa de um plano de crescimento sustentável de longo prazo, que contenha capacitação de mão-de-obra, melhoria inclusive da qualificação para ter um contingente de pesquisadores e especialistas em tecnologia para incentivar a capacidade de produção. Mas a luta para ter um país melhor tem de ser cooperativa, com o Estado gerando condições, com controle fiscal, e a iniciativa privada fazendo a sua parte.” Haroldo Silva, conselheiro do Corecon SP, Conselho Regional de Economia de São Paulo, reforça o coro em defesa de medidas estruturais para a economia. Por ora ele olha para movimentos nos Estados Unidos que podem trazer algumas complicações para cá. O presidente eleito Donald Trump tende a aumentar protecionismo comercial e acirrar a dis-

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