40 Novembro 2024 | AutoData PERSPECTIVAS 2025 » PROJEÇÕES desemprego em níveis mais seguros”. Ele acredita que este embalo pode ser transferido para 2025: “Espera-se um cenário de crédito mais disponível, com leve diminuição nas taxas de juros [no decorrer do ano]”. Neste sentido pode começar a fazer efeito positivo sobre o mercado o Marco de Garantias aprovado no início de 2024, que torna mais fácil a retomada de bens pelos agentes financeiros em caso de inadimplência, o que em tese pode reduzir os juros cobrados dos consumidores. CAMINHÕES PODEM SURPREENDER Após um ano de superação do profundo tombo das vendas em 2023, por causa da nova fase do programa de controle de emissões para veículos pesados Proconve P8, que obrigou os fabricantes a adotar motores diesel Euro 6 com majorações de preços de 15% a 25%, o mercado de caminhões entrou em forte recuperação este ano, deve fechar o ano com alta de 12% a 15%, de 121 mil a 124 mil unidades vendidas. Mas para 2025 os analistas projetam arrefecimento do mercado de caminhões, com crescimento contido pela alta dos juros e redução da atividade econômica, uma vez que a venda de veículos de carga está sempre engatada na expansão do PIB, que dizem os economistas deverá cair para não mais do que 2% em 2025. Resta a esperança que são estes mesmos analistas que, há um ano, diziam que o PIB de 2024 iria crescer só 1,5% e a realidade de renda e emprego em alta protagoniza crescimento de 3,1%, bastante descolado da má vontade atávica do mercado financeiro com o governo atual. Especializada no segmento a Power Systems Research prevê a venda de 115 mil caminhões acima de 6 toneladas de PBT este ano, em alta de 10% sobre 2023, e 119 mil no ano que vem, um leve aumento de 3,5%. Carlos Briganti, diretor da consultoria na América do Sul, observa que esta projeção não considera a adoção de um programa de renovação de frota, que há décadas vem sendo discutido com o governo e “poderia fazer o mercado de caminhões crescer bem mais”. Enquanto isto não acontece – e nem há sinal de que acontecerá no horizonte visível – o consultor afirma que o agronegócio continuará sendo a principal alavanca das vendas de caminhões no País. Briganti destaca que isto já faz bastante diferença, pois aumenta a demanda por modelos extrapesados de preço mais alto: “É importante notar que o mercado ainda está longe do pico de 2013, mas a rentabilidade cresceu muito. Dos 187 mil caminhões produzidos naquele ano 30% eram pesados e destes 75% extrapesados. Já este ano dos cerca de 130 mil fabricados 48% são pesados, sendo 85% destes extrapesados, que são muito mais caros”. Gregori Boschi, sócio da consultoria BIM, também especializada em veículos pesados de carga, avalia que a produção de caminhões parará de crescer a partir de 2025 e se estabilizará em 125 mil unidades/ ano, volume 6,7% inferior ao deste ano, com mercado interno na casa de 114 mil/ano, em queda de 6% sobre 2024. Boschi argumenta que os produtos se tornaram muito caros para os caminhoneiros autônomos, que estão à frente de 67% dos 2,2 milhões de veículos, com peso bruProjeções de vendas de veículos para 2025 Previsões de fabricantes (em milhões de unidades) Fonte: Empresas / * Considera apenas veículos leves 2,7 a 2,8 (+4% a 8%) 2,45 (+2%) 2,55 (+6%) 2,5 a 2,6 (+5% a 10%) 2,4 (0%) 2,6 a 2,7 (+5% a 10%) GM Hyundai* Nissan* Renault* Stellantis* Toyota
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