415-2024-10

80 Outubro 2024 | AutoData MEIO AMBIENTE » COMPENSAÇÃO DE CARBONO atitude que poderia ser feita por qualquer um dos leitores. “Todos os gases de efeito estufa que foram listados pelo Protocolo de Quioto são convertidos para CO2 equivalente, que é uma medida universal. Cada 1 mil kg de CO2 são compensados por um crédito de carbono. O mercado convencionou isto como um mecanismo de incentivo para projetos de empresas, ONGs e sociedade civil que desejam ter essas iniciativas”, conta Beltrame a respeito da obtenção dos créditos. No caso eu emiti CO2 suficiente para adquirir quatro deles, equivalentes à compensação de 4 toneladas emitidas, um pouco menos do que tudo que foi emitido pelos vinte veículos sob o meu uso. O processo para a obtenção dos créditos pela agricultura regenerativa é bem interessante. A Eccaplan faz a medição em áreas com plantio, no caso a cultura de café em fazendas certificadas, antes e depois de práticas agrícolas específicas. A comprovação de que a quantidade de carbono foi de fato acumulada no solo ao longo do tempo é feita após a verificação por uma terceira parte isenta – ou seja: não é a Eccaplan nem os administradores da fazenda que permitem a autorização para a geração de créditos de carbono comercializáveis. “O projeto adotado para a compensação do Leandro, o Terrus Carbon Coffee, contempla produtores de café no Sul da Minas Gerais. Eles se submeteram a praticar recomendações agrícolas específicas que, além de aumentar o carbono no solo, preservam a biodiversidade e melhoram a qualidade dos lençóis hídricos do entorno. São culturas perenes, que estarão nestes solos por muitos anos”, conta Natalia Buchwitz, head de consultoria da Eccaplan. “Não se vende este tipo de crédito a futuro. Os projetos mais consolidados e mais usuais do mercado são aqueles onde já existe o crédito disponível, você já entregou isto, a captação do carbono no solo. E aí você tem a oportunidade de comercializar, de compensar.” DIESEL E GASOLINA EMITEM MAIS Analisando o resultado da tabela para cada veículo comprova-se que: quanto mais rodar mais vai emitir, e o combustível faz muita diferença na quantidade das emissões. Este exercício permitiu, também, fazer algumas comparações e constatações que podem, até, servir de parâmetro para a escolha de um veículo por parte de um consumidor, digamos, mais consciente. Infelizmente, no entanto, é preciso dizer que as pessoas não se preocupam com o que sai dos escapamentos por causa das características do gás carbônico: ele é incolor, não tóxico e circula livremente pela atmosfera, também é inodoro, portanto não há interação perceptível com o CO2. Vários especialistas em meio ambiente acreditam que as sociedades não avançam na eliminação dos gases de efeito estufa justamente porque aquilo que não vemos e não tocamos passa despercebido, não importa. Mas olhando para o resultado de veículos tão diferentes como o Ford Mustang Mach 1 e o Audi Q5 S Line, percebe-se a diferença que faz o consumo. Ambos rodaram cerca de 1 mil km. Mas a diferença de consumo, 6,4 km/l do Mustang contra 10,2 km/l do Q5 gerou quase 250 quilos de CO2 no superesportivo ícone da Ford, contra 195 quilos do SUV alemão. Para efeito de comparação de como o sistema híbrido leve pode contribuir para reduzir emissões é só olhar para o resultaRomeu Bassi Neto

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=