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AutoData | Outubro 2024 75 MAIS FORNECEDORES LOCAIS Atualmente a fábrica só produz modelos Citroën e trabalha em apenas um turno estendido. A expectativa, a partir de 2025, é que o Basalt reabra o segundo período de produção e, por consequência, faça crescer também o orçamento de compras, com atração de mais fornecedores de componentes estratégicos para a região no entorno da fábrica. Hoje apenas 15% dos componentes comprados são faturados por dez fornecedores instalados no Estado do Rio de Janeiro, sendo que sete deles estão no parque ao lado e dentro da planta, incluindo, por exemplo, a produção de bancos e montagem de escapamentos. Segundo Almeida o parque é composto por “grandes fornecedores globais, como a Benteler, e parceiros regionais, como a Fastplas, que são responsáveis por diversos componentes, que vão desde módulos de suspensão até bancos”. Dentre os objetivos do novo ciclo de investimento anunciado pela Stellantis para Porto Real, de R$ 3 bilhões de 2025 a 2030, uma das principais metas é dobrar o número de fornecedores regionais, acrescentando no mínimo mais dez deles, como justifica o diretor da fábrica, Francis Jorge: “Temos vantagens logísticas e fiscais ao comprar componentes dentro do Estado. O maior desafio é atrair fornecedores que já têm fábricas próximas em São Paulo, como em Taubaté ou São José dos Campos. Teremos de oferecer volume de produção maior para compensar a instalação de uma nova unidade deles”. Mais: “Com o novo ciclo de investimento planejamos ampliar a produção, gerar novos empregos e fortalecer toda a cadeia automotiva, inclusive para localizar novas tecnologias que aceleram a descarbonização da mobilidade. Ter fornecedores próximos à operação, sem dúvida, alavanca e sustenta o negócio como um todo”. NACIONALIZAÇÃO NO FOCO Almeida observa que a família C-Cubed tem muitos fornecedores em comum, pois são produtos construídos sobre a mesma plataforma, o que facilita os processos de nacionalização, mas que cada projeto tem suas características e que, para cada carro, tem necessidades específicas: “Apesar de compartilhar muitos componentes com os outros modelos C-Cubed o Basalt exigiu o desenvolvimento de novos fornecedores. O mesmo acontece com o novo projeto [de veículo sobre a plataforma CMP a ser lançado em 2025]. Estamos em tratativas”. O objetivo é manter e, se possível, até aumentar o já elevado nível de nacionalização dos produtos, um processo que, segundo Almeida, é aplicada para todas as fábricas do Grupo Stellantis na região: “Sempre trabalhamos com os fornecedores para ampliar a participação de conteúdo local em nossos projetos. Essa busca é contínua. Estamos atentos às oportunidades, acompanhando e fomentando o desenvolvimento da cadeia local”.

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