AutoData | Outubro 2024 69 medida certa do bem-disposto motor 1.0 turboflex, que garante o chamado prazer de dirigir. Não cheguei a tanto mas o fabricante informa que a versão turbinada do Basalt alcança velocidade máxima de 199 km/h – é mais que suficiente, diga-se. A transmissão CVT é sempre um pouco mais lenta nas partidas – de 0 a 100 km/l em 9,7 segundos de acordo com medição informada pelo fabricante, o que se comprovou na prática – mas não compromete o desempenho nas retomadas de aceleração, de poucos segundos no embalo de 80 a 120 km/h em linha reta. O câmbio de polias continuamente variáveis simula até sete marchas, com possibilidade de trocas manuais na alavanca: não há aletas no volante, um recurso pouco usado por motoristas bem-comportados e dispensável em benefício do preço. Mais uma das promessas cumpridas pelo Basalt é o seu conforto acústico: mesmo com o motor girando acima de 3 mil rpm a cabine do Basalt é muito silenciosa, o trabalho de isolamento foi muito eficiente. A engenharia também atendeu a missão de garantir um bom espaço a bordo do Basalt, que acomoda com conforto as cabeças e as pernas de quatro ocupantes e há capacidade de sobra para embarcar as malas de todos no porta-malas de 490 litros, um diferencial bem-vindo da carroceria SUV-cupê. O dia estava bem quente, mais de 30°C, e o ar-condicionado também cumpriu o prometido: uma alta capacidade de baixar rapidamente a temperatura da cabine e mantê-la na média de confortáveis 20°C. Quase todos os controles estão à mão do motorista, incluindo os botões do volante multifuncional que ajustam volume do som, conexão sem fio com o telefone, configurações do quadro de instrumentos e velocidade de cruzeiro do cruise control, que precisa ser acionado em um botão no canto esquerdo do painel, um pouco difícil de descobrir. EVOLUÇÃO O quadro de instrumentos digital colorido de 7 polegadas é simples e eficiente, tem quatro configurações diferentes por meio de botões no volante e mostra todas as informações necessárias com boa visualização. O sistema multimídia com tela tátil de 10 polegadas – algo que virou uma exigência sine qua non dos consumidores atuais para comprar qualquer carro novo – está presente em todas as versões do Basalt, é descomplicado e agrega todas as funções necessárias, inclusive o espelhamento com aplicativos dos smartphones. O Basalt evoluiu com relação a algumas das mesquinharias nas configurações de seus antecessores C3 e Aircross: por exemplo, todas as versões têm a chave- -canivete com telecomando para travamento/destravamento. A qualidade percebida dos materiais dos revestimentos também parece ter melhorado mas o painel de plástico duro e apliques ocos, com desenho igual ao dos outros dois da família C-Cubed, ainda desmerece a evolução dessa espécie de carro criado para os chamados mercados emergentes – ou subdesenvolvidos. Nem tudo é perfeito mas o Basalt representa uma flagrante evolução da família Citroën C-Cubed, comprovando que carro mais acessível não precisa ser depenado nem ter tecnologias amputadas. Na equação do que oferece pelo que custa o SUV-cupê é bastante bem equilibrado – e cumpre o que promete ser.
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