16 FROM THE TOP » ERWIN FRANIECK, SAE4MOBILITY E MIBI Outubro 2024 | AutoData e que foi mantido no Rota 2030 e no Mover, que começou com quinhentos itens, inclusive o câmbio automático, e cresceu mais de dez vezes, já estão lá mais de 5 mil componentes e sistemas que têm redução do imposto de importação, da média de 18% para 2%. Isto no Rota 2030 deixou de ser uma tarifa e virou uma contribuição para programas prioritários de desenvolvimento [em institutos de ciência e tecnologia]. Esse dinheiro vem ajudando a executar uma série de pesquisas com a academia, mas as empresas justificam a importação sem tributos e não têm interesse de produzir aqui. Quando começamos a discutir isso a demanda era irrisória, nem 25% dos carros eram automáticos, porém há pouco tempo esta demanda cresceu para 50% e já está em quase 60% dos veículos novos. Isto representa mercado de pouco mais de 1,5 milhão de câmbios automáticos por ano. Já é um volume interessante, mas são de vários tipos. O CVT, um dos que mais crescem, já chega a 500 mil unidades por ano e, há cinco anos, analisamos que 250 mil já tornaria viável a produção nacional. Com este número nós tentamos trazer um fabricante, mas lá fora a empresa fabrica 1 milhão para o mundo inteiro. Então para trazer uma fábrica dessas o Brasil precisaria ter volume de 1 milhão por ano só de CVT. Isto não temos ainda e quando tivermos eles, provavelmente, estarão produzindo 2 milhões lá. Portanto é uma corrida que não conseguiremos vencer sem algum fator diferente. Nossa discussão agora com o MDIC e todas as associações parceiras é para repensar este regime, que não pode ser infinito. Trata-se de um conforto para as empresas locais que faz mal a todos. A ideia é “ O Brasil tem todas as frentes disponíveis de descarbonização da mobilidade, só precisamos agora priorizá-las de acordo com o que faz mais sentido: não adianta adotar uma solução extremamente cara em casos que há alternativas mais baratas.” colocar um prazo de validade para essa redução de tributos. Se isto for feito eu tenho a certeza de que surgirão planos de nacionalização do câmbio automático e de outros sistemas. O tamanho da indústria no Brasil justifica a nacionalização das principais tecnologias do momento, como a baterias de alta voltagem, módulos eletrônicos e sistemas avançados de assistência motorista? Uma das medidas que discutimos nos grupos do MiBI é sobre matérias-primas necessárias para boa parte das cadeias produtivas. É necessário criar uma política tributária favorável para que minérios sejam transformados no Brasil em produtos que usam materiais estratégicos. Por exemplo: aço de alta resistência hoje é estratégico e é pouco produzido no País. Exportamos o minério e importamos essas bobinas de aço de alta precisão para fazer estamparia local, ou importamos todas as peças já estampadas. O grande vetor para o Brasil ser competitivo globalmente será
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