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14 FROM THE TOP » ERWIN FRANIECK, SAE4MOBILITY E MIBI Outubro 2024 | AutoData e para isso fomos atrás das melhores cabeças e empresas, inclusive concorrentes. Aprendi com esta experiência que o Brasil tem competência para produzir o que decidir desde que a gente chame as melhores pessoas para isso. E foi o que o MiBI fez. Falamos com a Margarete Gandini [hoje diretora do departamento de Indústria de Média e Alta Complexidade do MDIC] para não desmanchar este grupo e fazer na cadeia industrial de autopeças o mesmo que fizemos para produzir os respiradores. A Margarete apoiou e falou com todas as associações para trazer pessoas para a discussão, pensando o Brasil como se fosse uma empresa única, produzindo desde o minério até o produto final. Criamos uma lista dos componentes importados que têm mais demanda, para despertar o interesse de fabricar localmente. No que o MiBI conseguiu avançar? São nove grupos de trabalho e todos tiveram evolução. Logo no começo [em 2021] a primeira discussão foi a renovação do Padis [Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores], que é fundamental para desenvolver a cadeia de semicondutores no Brasil, que a gente nem sabia que existia e é gigantesca – o Brasil fabrica mais US$ 1 bilhão de componentes de alta tecnologia. Já havia aqui design houses que fazem projetos para o mundo inteiro de microprocessadores. Assim fomos descobrindo os nossos potenciais e os gargalos. Conseguimos ainda no governo anterior renovar o Padis e recentemente, já no atual governo, aprovamos o Padis 2, um projeto de longo prazo até 2073, com benefícios para quem quiser investir na produção de semicondutores no Brasil. Outro resultado do MiBI foi em eletroeletrônicos, que é o segundo item mais importado. Estudamos como usar na cadeia automotiva os mesmos benefícios que existem para a produção de celulares, televisores e outros eletrônicos. Entidades que trabalham com o MiBI, Abisemi, Abinee, Sindipeças e Anfavea, começaram a desdobrar a Lei de Informática e viram que era possível adotar os mesmos benefícios que existem em Manaus [AM]. Isto foi feito e algumas empresas começaram a trazer desenvolvimento de eletrônica embarcada para o Brasil. Um dos grupos de trabalho do MiBI foca na nacionalização do câmbio automático. Por que essa discussão não avança? Achávamos que câmbio automático poderia ser um dos primeiros itens da nossa lista. Contudo a discussão não evoluiu e as importações só cresceram. Mas a briga está boa. Retomamos o tema com os fabricantes e estamos discutindo de novo, porque acreditamos que câmbio automático tem de ser feito no Brasil, já existe volume. O que impede é o regime automotivo adotado desde o Inovar-Auto “ Precisa colocar um prazo de validade na redução de tributos para itens não produzidos aqui. Se isto for feito surgirão planos de nacionalização do câmbio automático e outros sistemas.”

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