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12 FROM THE TOP » ERWIN FRANIECK, SAE4MOBILITY E MIBI Outubro 2024 | AutoData de um grupo restrito, que defendeu os interesses da indústria local com proteção do mercado mas quebraram regras internacionais. Já o Rota 2030 [lançado em 2017] foi amplo: eu participei representando o Sindipeças no GT2 [um dos nove grupos de trabalho que definiram o programa] que na época discutiu o fomento à cadeia. Houve mais de cem reuniões. Então agora o Mover aproveita essa base, mantém o que funciona e foca no fortalecimento da indústria nacional, agregando objetivos importantes como reciclagem e a pegada de carbono dos carros, considerando do berço ao túmulo. A legislação para a indústria está bem estruturada. O que falta é a governança do programa atuar e o dinheiro [de incentivos] estar disponível. O senhor preside o SAE4Mobility, um braço da SAE Brasil que tem por objetivo fomentar parcerias da academia com empreendedores, investidores e a indústria. Como funciona esta iniciativa? O SAE4Mobility nasceu [em 2020] de uma demanda que eu tinha junto à presidência da SAE, para promover projetos a partir do conhecimento que geramos. Lá temos um ambiente que une estudantes e professores com empresas. É um bom lugar para criar um ICT [instituto de ciência e tecnologia]. Mas não queremos ter laboratórios ou uma empresa vinculada, como acontece com todos os outros ICTs. O SAE4Mobility é um ICT que trabalha a partir das atividades da SAE Brasil, que incluem dezenas de eventos sobre temas importantes como manufatura avançada, desenvolvimento de materiais, cadeia de biocombustíveis, powertrains, eletrificação... A entidade tem mais de vinte frentes “ O Brasil não precisa passar pelos problemas que foram criados com a eletrificação: aceleraram demais e aí não tem recarga para todos. Nós faremos essa transição em uma velocidade que, eu acho, será a melhor experiência do mundo.” Como membro da SAE Brasil, a Sociedade de Engenheiros Automotivos, como a entidade participa da evolução da indústria? O setor ficou parado até 1992 e foi neste ano que surgiu a SAE Brasil, com o objetivo de ajudar o País a não se desindustrializar. Engenheiros como Luc de Ferran e Ferdinand Panik fundaram a entidade inspirados na SAE International, criada no início do século 20 [em 1905 nos Estados Unidos] por pessoas que fundaram a indústria moderna como Henry Ford, Thomas Edison e os irmãos Wright. Assim a SAE ajuda a cadeia automotiva a se pensar e a se unir para fomentar o desenvolvimento da indústria. Como o senhor avalia a atual política industrial do governo? No governo federal não há mais do que dez pessoas que conhecem a indústria e são envolvidas com o setor. Eu conheço só quatro ou cinco. Então o governo necessita de organizações, como a SAE, que apoiam e ajudam a construir a política industrial. O Inovar-Auto saiu [em 2012]

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