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61 AutoData | Setembro 2024 que isenta o pagamento do imposto de importação pois o México tem acordo de livre comércio de veículos com o Brasil. O plano deverá começar com o K3, sedã compacto sucessor do Rio produzido no México, mas Gandini reconhece que é preciso superar uma barreira: “Precisamos alcançar mais de 60% de conteúdo local para que ele possa ser exportado para o Brasil dentro do acordo de livre comércio, sem imposto de importação. O motor híbrido flex 1.0 ajudaria nesta matemática”. Hoje o K3 é vendido em versões com motores aspirados 1.4 e 1.6. Segundo Gandini a Kia está desenvolvendo a tecnologia bicombustível com um motor 1.0 turbo já aplicado no SUV compacto Stonic, vendido no Brasil desde 2021. É o mesmo motor dos Hyundai HB20 produzidos em Piracicaba, SP, mas usado pela Kia apenas na versão a gasolina. Como a Kia pertence ao Grupo Hyundai seria possível compartilhar o motor flex já desenvolvido pela companhia, faltando apenas a hibridização, que de acordo com o empresário seria do tipo leve – circuito de 42 V que alimenta um pequeno motor- -gerador elétrico para impulso nas partidas ou em velocidade inercial. MAIS MEXICANOS Gandini estima que poderá contar com o K3 mexicano híbrido flex no fim de 2025, mas outros modelos deverão chegar via México, como o K4 – o sucessor do sedã Cerato que também precisará de mais conteúdo local para ser importado isento do imposto. Ele ressalta, porém, que o plano não está limitado a veículos eletrificados: “Continuaremos também a oferecer modelos a combustão. O Sorento a diesel chegará em 2025 e estamos com bastante demanda pelo Bongo, produzido na Nordex, no Uruguai. A Kia não será totalmente elétrica pois nosso planejamento é continuar em todas as frentes”. A conexão com a fábrica mexicana é o mais recente plano de Gandini para recuperar as vendas da marca que representa no País desde 1992 com mais de 450 mil carros vendidos. Depois do pico de cerca de 80 mil unidades em 2011 os volumes declinaram ano a ano, primeiro prejudicados pela sobretaxação a importados do Inovar-Auto e, mais recentemente, pela falta de fornecimento de produtos pela Kia na Coreia – que inclusive fez o importador perder a oportunidade, aberta desde 2015, O EV5, primeiro elétrico da Kia no Brasil: cota de vinte unidades por mês e preço de R$ 400 mil para concorrer com elétricos premium Volvo e BMW.

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