45 AutoData | Setembro 2024 também será montado em Anápolis em 2025, possivelmente ainda no primeiro semestre, como maneira de fugir do novo aumento do imposto de importação sobre carros eletrificados programado para junho e que deverá voltar aos 35% em junho de 2026. Além dele também virá ao Brasil o maior da linha, o Tiggo 9, também um SUV de grande porte com sete assentos mas de plataforma distinta, que tem grandes possibilidades de ser montado na planta goiana. Depois disto, segundo Andrade Filho, existem estudos para internacionalizar a companhia, tanto com exportações como com instalação de linhas de montagem no Exterior: “Mas aí precisaremos de mais capital e da ajuda de parceiros”. EXPANSÃO PRODUTIVA Anuar Ali, vice-presidente do Grupo Caoa – ele fez parte da diretoria que inaugurou a fábrica de Anápolis em 2007, saiu da empresa em 2015 e retornou no ano passado –, diz que a fábrica já trabalha com quase 6 mil funcionários diretos e indiretos e para ampliar a produção é necessário aumentar áreas construídas e robotizar processos: “Precisamos crescer e criar espaço para isto, além de adotar mais automação. Já compramos 209 robôs da Ford que estavam em Camaçari [BA] e vamos colocá-los para trabalhar até fevereiro”. Os novos robôs vão se juntar aos 42 em atividade e aumentar substancialmente o grau de automação e a produtividade da fábrica, principalmente na área de armação de carrocerias, que atualmente aplica a maior parte dos pontos de solda de forma manual. Para realizar a transformação será necessário paralisar as atividades por cerca de trinta dias, o que será feito no fim de 2024 e começo de 2025, no período de férias coletivas da unidade, que desde junho trabalha em três turnos. As obras civis de ampliação já estão em andamento. Ao todo serão acrescentados 36,2 mil metros quadrados de área construída, aumentando o total de 172,2 mil para 208,4 mil. As maiores ampliações, somando mais de 20 mil metros quadrados, serão no armazém de componentes estampados importados e nas linhas de solda e armação de carrocerias. O nível de nacionalização dos modelos montados em Anápolis gira em torno de 30% a 40% e, embora exista o desejo de nacionalizar mais, existem poucas possibilidades de ir além, como justifica Andrade Filho: “Fabricamos muitas versões de produtos e assim há pouca escala para localizar [o fornecimento de componentes]”. BOM MOMENTO COM A CHERY “O momento que a Caoa vive é muito bom. Vamos continuar crescendo com bons produtos e mais gente”, resume Ali. “Os novos modelos com preços competitivos que lançamos em 2023 e este ano, principalmente o Tiggo 7 Sport, aumentaram nossas vendas e esperamos que o mesmo aconteça agora com o lançamento do Tiggo 8 Pro (leia reportagem sobre o lançamento nesta edição).” Andrade Filho lembra que a ampliação é para atender a demanda real dos Caoa Chery e não uma projeção: “Estamos vendendo cerca de 7 mil Tiggo 7 por mês e não vendo mais porque não tenho. Por isto precisamos fazer a expansão da fábrica”. Ele destaca que hoje o Grupo Caoa é o maior cliente da Chery fora da China e que tem excelente relação com a fabricante chinesa, que aceita bem o modelo de produção local, que evita a aplicação do imposto de importação de 35%: “Hoje importamos muito pouco [só o Tiggo 8 plug-in que ainda tem imposto reduzido] e a intenção é montar aqui, como acontece desde o Inovar-Auto [2012], quando começamos a produzir mais do que importar”. Antes do Inovar-Auto, que sobretaxou veículos importados de fora do Mercosul e do México, o Grupo Caoa foi o maior importador do País, com o emplacamento de quase 90 mil unidades importadas da coreana Hyundai. Desde então passou a focar na sua operação de montagem nacional e complementação da linha de produtos com poucas importações.
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