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36 Setembro 2024 | AutoData POLÍTICA INDUSTRIAL » SEMICONDUTORES AINDA É TEMPO Para muitos o País perdeu, há décadas, o bonde para embarcar na indústria dos semicondutores, hoje tão crucial para o mundo quanto dominado por países asiático, principalmente Taiwan, China, Japão e Coreia. Mas especialistas avaliam que ainda é possível fazer este bonde parar na estação Brasil. Para isto Marinho lembra que é crucial fazer um bom estudo de investimentos, de equipamentos e de capacitação de profissionais para atuar de forma consistente na produção de microchips. Ele acredita que apesar dos desafios “sempre é tempo de investir nesse tipo de desenvolvimento”. Outro especialista que compartilha desta confiança é o presidente do Instituto SAE4Mobility, Erwin Franieck, também diretamente envolvido no grupo de trabalho de eletroeletrônicos da rede MiBI: “Não só dá tempo como a gente tem tudo para se integrar a esta cadeia global. Nós temos as matérias primas. O silício de alta pureza, por exemplo, sai daqui do Brasil. A gente tem que parar de ser um exportador de mineral in natura e ser um exportador de materiais estratégicos. Temos todas as condições de fazer isso, é possível”. O engenheiro, que ainda tem o papel de mentor de inovação, pesquisa e desenvolvimento e engenharia avançada da SAE Brasil, indica que já existem projetos interessantes em andamento que podem reduzir a dependência do País de importar eletrônica. Ele cita um exemplo: “Há um projeto que será submetido agora pelo Senai de Minas Gerais, junto com a Fundep, que eu acho que será aprovado, que receberá uma verba para construir a cadeia inteira de ímãs de terras raras para produzir mais de 200 toneladas por ano aqui numa fábrica-laboratório. Isto abrirá espaço para outros investidores virem ao Brasil fabricar 1 mil toneladas anuais de ímãs de terras raras [componente fundamental para a produção de motores elétricos], um mercado hoje dominado em grande parte pela China, um pouco pela Austrália”. Para Franieck é imperativo construir essa nova indústria e o País tem condições para tanto: “O Brasil terá de entrar nesta cadeia e eu acho que nós reunimos condições de fazer isto. Temos o Instituto Eldorado aqui, que já faz microchips na área de 100 nanos e forma pessoas. Tem a Abisemi, com sua estrutura de apoio Divulgação/Harman

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