28 Setembro 2024 | AutoData INDÚSTRIA » ECONOMIA CIRCULAR Uma das formas em discussão para incentivar as montadoras a reciclar é a desmontagem de um veículo para cada dez novos vendidos, como sugere Rufino: “Pelo que vejo das interlocuções com o MDIC é que existirá esta equivalência de um para dez para conceder 1 ponto porcentual de desconto [no IPI] ou de 1 para 5 para chegar ao teto de 2 pontos porcentuais de IPI por veículo vendido”. Pelos cálculos do empresário se o Brasil produzir 2,5 milhões de veículos em 2025 e cumprir uma meta de reciclagem de um carro a cada dez vendidos será necessário criar estrutura para realizar 250 mil desmontagens em centros homologados no MDIC. Hoje o Brasil, de maneira formal e informal, já desmonta cerca de 500 mil por ano: “Ou seja: não dará conta da demanda adicional”. Outra preocupação é para que o governo não crie muitas restrições e para não comprometer as metas de restaurabilidade de componentes e dispositivos. Haverá também um desafio de normatização deste mercado, avalia o CEO da Octa: “Por mais que o centro de desmontagem seja legal e cumpra as regras da lei do desmanche os fabricantes de veículos têm padrões muito rígidos a seguir. Quando você pensa em responsabilidade estendida e outros conceitos a tendência é que as montadoras queiram escolher as fontes dos seus certificados de desmontagem”. PREOCUPAÇÃO COM BATERIAS Uma das preocupações com o avanço das vendas de veículos eletrificados é o que fazer com as baterias após o fim de seu ciclo de vida. Já há empresas preparadas para isto, mas a questão é saber se serão suficientes e se seus processos são eficientes e viáveis. A Energy Source se intitula como a primeira e única empresa do mundo a desenvolver um ecossistema circular para baterias de lítio, que vai além do descarte e da reciclagem. Com fábrica instalada em São João da Boa Vista e expansão de novas instalações em Aguaí, ambas no Interior de São Paulo, a empresa executa o reparo e oferece a possibilidade de reuso de baterias, que após recuperadas retornam para o veículo. Trata-se de solução que tem impacto financeiro significativo, considerando que o valor da bateria pode representar até 70% do preço de um carro elétrico, enquanto o reparo custa em média até 20% de uma bateria nova, sem contar que prolonga sua vida útil, mantendo-a em uso. “Nós temos algumas aplicações de reuso para estender a vida útil”, afirma Ariane Mayer, diretora de desenvolvimento de negócios e ESG da Energy Source. “Desenvolvemos um algoritmo proprietário que avalia a saúde dos módulos dessa bateria. Hoje ela tem de oito a dez anos de vida útil no veículo e terá quase o mesmo tempo de trabalho em uma função estacionária, que pode apoiar, inclusive, a infraestrutura para recarga de carros elétricos.” Nos seus oito anos de vida a empresa já produziu o equivalente a 10 MWh de baterias de segunda vida, permitindo a recuperação e a reinserção de 25 toneladas de lítio e de 150 toneladas de cobalto em novas cadeias produtivas, com a reparação de 4 toneladas e reciclagem de 700 toneladas de baterias, que são captadas em mais de 550 pontos de coleta. De olho nesse novo e promissor negócio a Energy Source já foi homologada e certificada por Renault e Jaguar Land Rover para dar uma segunda vida às baterias de seus carros. No primeiro semestre de Produção de baterias para carros elétricos: preocupação com reuso e reciclagem de materiais. Divulgação/Fanuc
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