25 AutoData | Setembro 2024 Carro desmontado: 85% de partes reaproveitáveis e 10% de materiais recicláveis. nentes e, consequentemente, o consumo de matérias-primas. A degradação ambiental, a perda de biodiversidade, a emissão de gases poluentes e de efeito estufa que promovem o agravamento das mudanças climáticas colocam um ponto final não muito distante na economia linear, aquela com a qual todos estamos bem mais acostumados que coloca em uma fila insustentável a extração de recursos naturais, a transformação de matérias-primas em produtos, a venda, consumo e descarte – um caminho reto e sem retorno que agora precisa voltar ao começo, ser retornável. Assim a economia circular torna-se um modelo de desenvolvimento baseado em reaproveitamento e redução do desperdício, com o objetivo de reduzir a extração de recursos naturais, evitar resíduos, deter a poluição e promover o uso consciente. TEMA ESTRATÉGICO A Anfavea, entidade que reúne os fabricantes de veículos instalados no Brasil, está tão envolvida com o tema da economia circular que criou uma nova diretoria, como descreve Igor Calvet, seu diretor executivo: “Com o Mover, dentro do tratado criado pelo programa sobre inventário de carbono, está a reciclabilidade, que se preocupa com todo o ciclo de vida do produto desde o nascimento de partes e peças até sua destinação final, seja por sucateamento ou por qualquer outra atividade”. Segundo Calvet o programa em si não deu, até o momento, nenhuma diretriz adicional para além do que está na própria lei que criou o Mover. A reciclabilidade e a economia circular são variáveis cada vez mais importantes para a competitividade da indústria, “mas nós, simplesmente, não temos nenhuma visão de como esta discussão será tratada pelo governo”. Para tratar do tema com mais foco a Anfavea escalou o capacitado e competente, além de veterano, Henry Joseph Júnior, que era o diretor técnico da entidade e que assumiu a recém-criada diretoria de sustentabilidade e de parcerias estratégicas Divulgação/Cefet-MG Divulgação/Porto e institucionais. A ideia é concentrar nesta nova área as discussões e negociações de assuntos de competitividade que estão na fronteira do conhecimento, incluindo a reciclabilidade, que ganha importância central para a sustentação dos negócios do setor. Calvet justifica: “A visão da Anfavea está muito amparada no fato de que as novas tecnologias de propulsão serão seguidas, cada vez mais, por aparatos regulatórios, [que definirão] pegada de carbono, [ciclo de vida] do berço ao túmulo, reciclagem para a reciclabilidade. Estas questões não serão apenas fatores de competitividade da nossa indústria: serão, de alguma maneira, barreiras técnicas. O reflexo disto não é só no mercado interno, mas como a gente acessará outros mercados a partir destes parâmetros”. A entidade pretende se antecipar nesta discussão de competitividade verde e o papel de Joseph Júnior será dedicado aos estudos e às negociações técnicas com o governo com relação à economia circular.
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