68 Agosto 2024 | AutoData HISTÓRIA » AUTOPEÇAS Divulgação/Bosch exportações de componentes feitos na fábrica brasileira, que começaram já em 1964 e se estenderam pelas seis décadas seguintes, incluindo não só os mercados regionais de sempre mas alguns dos clientes mais exigentes como o próprio país sede da companhia, a Alemanha, e os Estados Unidos. Atualmente as vendas ao Exterior representam mais de 20% do faturamento da operação brasileira. FOCO NO VALOR AGREGADO Os negócios cresceram em ritmo ascendente nos anos seguintes à instalação em Campinas, com substancial aumento do portfólio de produtos ano a ano e abertura de novas fábricas no País, algumas delas ampliadas e outras fechadas anos mais tarde, conforme as necessidades de adaptação às realidades mutantes do mercado brasileiro. No começo da década de 1960 a Bosch já tinha duas fábricas em operação no Brasil, ambas em São Paulo, a de Campinas e a de Sorocaba, onde começou a produzir sistemas de direção – de 1994 a 2015 em sociedade com a ZF. Em vinte anos, de 1964 a 1984, foram abertas outras quatro fábricas em São Paulo, Aratu, BA, Curitiba, PR, e Manaus, AM, além da aquisição da Wapsa, em 1984, que acrescentou ao parque fabril uma unidade no bairro de Santo Amaro, em São Paulo. De todas estas sete unidades industriais somente Campinas, Sorocaba e Curitiba seguem em operação, concentrando a produção de sistemas de motores otto, segurança e direção no Interior paulista e injeção diesel no Paraná. As demais fábricas foram fechadas com o encerramento das atividades que se tornaram pouco lucrativas ou inviáveis no País, como é o caso dos autorrádios que eram feitos em São Paulo e depois em Manaus, os alternadores e motores de arranque da Wapsa em Santo Amaro e as velas de ignição em Aratu, todos produtos que não fazem mais parte do portfólio industrial da Bosch no Brasil (veja no quadro histórico a evolução da empresa no País). A Bosch sempre adaptou seus negócios colocando-se na ponta tecnológica de maior valor agregado e lucratividade, deixando de produzir componentes que se tornam mais comuns e baratos, como observa Gastón Diaz Perez, presidente da Robert Bosch América Latina: “Não somos fornecedor de commodities: nós desenvolvemos tecnologias, sistemas complexos que envolvem grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento”. Segundo Perez hoje o faturamento da Bosch no Brasil pode ser dividido em três frentes: “Cerca de 40% dos negócios são gerados de componentes que inicialmente vêm de plataformas desenvolvidas no Exterior e temos o trabalho de convencer a matriz a produzir aqui. Outros 30% são adaptações de sistemas que fazemos para o mercado local, como é o caso de câmaras para sistemas de segurança que funcionam sem combinação com radar, que começaremos a produzir em breve em Campinas. Já os 30% restantes são inovações que desenvolvemos para o mercado local, como foi o caso do motor flex fuel”. PROPOSTAS DE FUTURO A Bosch não foi somente uma participante passiva do desenvolvimento da cadeia automotiva no Brasil e também propôs seu futuro em diversas ocasiões. A empresa foi a primeira a testar e fabricar no País importantes sistemas de segurança como módulos ABS de antitravamento
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