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67 AutoData | Agosto 2024 mundo, ainda no fim do século 19, como pioneira e protagonista do que hoje se chama de cadeia automotiva global. Assim como já tinha feito em outros países como Reino Unido, Estados Unidos e até a vizinha Argentina a Bosch instalou filial no Brasil há setenta anos, completados neste 2024, como uma das pioneira da nascente cadeia de fornecedores no País, puxada por alguns de seus maiores clientes alemães, como Volkswagen e Mercedes-Benz que, no início dos anos 1950, investiram em fábricas e crescentes níveis de nacionalização de componentes. VISÃO DE FUTURO O pioneirismo da Bosch na América do Sul começou pela Argentina, então o país mais desenvolvido da região, onde se instalou há exatos cem anos, em 1924. No Brasil, então um grande latifúndio subdesenvolvido no qual carros circulavam em porções miúdas em poucas cidades, os componentes da empresa alemã eram vendidos por meio de representantes comerciais desde 1910. Foi só quando o País tomou o rumo da industrialização que a Bosch decidiu que era hora de instalar seu próprio escritório no mercado brasileiro, no Centro da Capital paulista. Bastaram poucos anos para dobrar a aposta e exercitar, mais uma vez, a cultura de pioneirismo: em 1956, no mesmo ano em que o presidente Juscelino Kubitscheck criou o GEIA, Grupo Executivo da Indústria Automobilística, com poderes para analisar e aprovar incentivos para instalação de empresas do setor no País, a Bosch inaugurou sua primeira fábrica em Campinas, SP, para montar componentes do sistema de injeção de motores diesel e assim atender a alta demanda dos clientes. Das oito fabricantes de veículos instaladas no Brasil daquela época cinco produziam caminhões para suprir o modelo rodoviário de transporte de carga adotado pelo Brasil. Ao decidir ir para o Interior de São Paulo a Bosch deu início a um novo polo industrial no País, que cresceu rápido como a faísca das velas de ignição desenvolvidas por Robert no início do século 20. Apenas dois anos depois, em 1958, foi comprado o terreno na Fazenda Boa Vista, na mesma Campinas, às margens da Rodovia Anhanguera, para instalação de uma nova unidade fabril, que começou a produzir já na virada para a década de 1960 e, nos anos seguintes, multiplicou-se em várias linhas de produção e até hoje abriga a sede da companhia na América do Sul. Com visão de futuro e um estudo logístico na mão a Bosch enxergou a formação de um polo industrial que abrigaria escritórios e sua produção por muitos anos à frente, com ampla área para crescer, sem precisar disputar espaço ou mão-de-obra com seus clientes instalados no ABC paulista. Comprovando a escolha bem-sucedida hoje a empresa é o maior empregador privado de Campinas: trabalham lá quase 6 mil dos 10 mil empregados diretos no País, 2 mil deles na área industrial. Também tem o privilégio de ser vizinha de algumas das melhores universidades do País, como Unicamp, PUC Campinas, USP e UFSCAR, nas quais pode buscar engenheiros, especialistas e centros de pesquisa e desenvolvimento, algo fundamental para alimentar a cultura de inovação da empresa. A eficiência e excelência produtiva que se tornou marca registrada da Bosch no mundo todo também foi alcançada no Brasil poucos anos após o início das atividades industriais. Prova disso são as

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