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39 AutoData | Agosto 2024 impostos embutidos em cada veículo exportado pelo Brasil. A consultoria estimava que a devolução de parte desses recursos via Reintegra de 10% tinha potencial para elevar para mais de 1 milhão de veículos por ano as vendas externas do setor, o que criaria mais 120 mil empregos na cadeia automotiva, gerando ao Fisco algo como R$ 8 bilhões em impostos adicionais. A medida poderia devolver competitividade internacional ao produto nacional sem causar nenhum rombo nas contas públicas – muito pelo contrário, aumentaria a arrecadação. “Esta conta foi levada ao governo mas na época houve o temor de que a restituição do Reintegra poderia ser entendida como um subsídio e gerar uma reclamação na OMC [Organização Mundial do Comércio]. Aí já perdemos de novo mais uma oportunidade”, relata Wong. O fato é que o espaço para as exportações brasileiras de veículos está ficando cada vez mais reduzido e sendo ocupado por fabricantes que estão na China. Algumas das empresas estrangeiras que estão lá há anos, como Volkswagen e General Motors, perderam mercado doméstico para as marcas chinesas e, para compensar as perdas de volumes e de faturamento, vão começar a fazer produtos globais para exportá-los a outros mercados, aproveitando a infraestrutura industrial que já têm no país e os custos de produção imbatíveis na comparação com qualquer outro lugar do mundo. O Brasil tem hoje capacidade interna de produção para abastecer todo o mercado da América Latina, mas não tem preços nem produtos para isto. Se com os veículos e custos brasileiros já está difícil competir no quintal latino-americano de casa, o cenário pode ficar bem pior sem a adoção de políticas de incentivo às exportações, com menos discurso e mais ações práticas. Divulgação/Renault

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