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38 Agosto 2024 | AutoData INDÚSTRIA » COMÉRCIO EXTERIOR anos a Toyota atingiu, este ano, o marco de 700 mil veículos exportados do Brasil – quase 600 mil deles nos últimos dez dos sessenta anos que a fabricante japonesa produz no País. A este volume também se soma a exportação, iniciada em 2021, de motores fabricados em Porto Feliz, SP, para equipar carros da marca feitos nos Estados Unidos. Mas o maior protagonismo regional não imuniza a Toyota dos problemas regionais, pois também fica restrita a vender para mercados pequenos e em queda, sem perspectivas de tentar a sorte em outras regiões. O objetivo declarado da fabricante este ano era de aumentar as exportações em 5% sobre 2023, para 86 mil unidades. Contudo, de janeiro a julho foram embarcados 33 mil veículos, menos da metade do pretendido em doze meses. Braun admite que “será um desafio” bater a meta. DIFICULDADES E SOLUÇÕES Existem dificuldades latentes para exportar mais veículos a partir do Brasil. Braun cita três principais: complexidade tributária que embute impostos nos produtos exportados; diferenças de regulamentações nos países da mesma região, como por exemplo a exigência de conteúdos regionais diferentes como 50% ou 60% para um mesmo veículo; e por fim a falta de acesso a mais mercados na América Latina, em alguns casos ainda limitados por cotas ou falta de acordos comerciais mais amplos. Max Frik, da Volkswagen, pondera: “Fora do Mercosul não temos nenhum benefício. Na maior parte dos países latino-americanos um carro brasileiro paga o mesmo imposto de importação aplicado sobre um modelo chinês ou japonês. Além disso, apesar da proximidade, o frete para países da região é caro, encarece nossos produtos”. Existem oportunidades à mão para refinar acordos comerciais e reduzir impostos e cotas com países como Equador e Colômbia, ou tentar restringir a importação de usados na Bolívia e no Paraguai para aumentar a atratividade dos zero- -quilômetro brasileiros, ou esperar pela isenção de tarifas no Egito. Mas é certo que nenhum desses países oferecem volumes para tirar as exportações brasileiras do buraco. A redução de tarifas e cotas também não resolve a exportação de impostos embutidos, que nem macumba parece tirar dos corpos dos carros brasileiros. A reforma tributária, que começa a valer a partir de 2026, ao evitar o acúmulo de créditos tributários de ICMS pelas empresas exportadoras que dificilmente são devolvidos pelos estados, deverá reduzir o problema, mas não o elimina. O consultor David Wong adverte que o Brasil continuará a exportar impostos: “A reforma tributária deve eliminar créditos tributários de ICMS mas não vai tirar do custo do produto os encargos sociais como recolhimento à Previdência, FGTS ou Sistema S. Não há como se abater isso”. Wong sugere que, para compensar essa diferença de custo ante os principais concorrentes mundiais, o Brasil deveria retomar as discussões sobre o Reintegra, uma espécie de restituição que o governo paga aos exportadores a título de compensar os resíduos tributários embutidos nos produtos exportados. A devolução já chegou a ser de 5% do valor exportado mas o benefício foi cortado a apenas 0,1% em 2015. Em 2019 Anfavea encomendou um estudo à consultoria AT Kearney que calculou em cerca de 15% o custo dos Divulgação/GM Divulgação/VW

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