36 Agosto 2024 | AutoData INDÚSTRIA » COMÉRCIO EXTERIOR Madagascar, Ruanda, Senegal, Sudão e Líbia. Como na maioria destes mercados os motores turbo não funcionam bem por causa do combustível de baixa qualidade a fabricante conseguiu preparar uma versão do T-Cross para exportação com o motor 1.6 aspirado que produz na fábrica de São Carlos, SP. Este ano, contudo, as vendas da montadora para a África foram interrompidas. Apesar de o continente sempre ser apontado como de grande potencial para exportações brasileiras fora da América Latina, existem muitas barreiras para consolidar vendas mais constantes, justifica Frik: “São mercados pequenos e limitados, com dificuldades tecnológicas e de rede. Nós só conseguimos atuar na faixa central da África, porque o norte é dominado por importações da Europa e no sul há muitos países de mão inglesa [carros com volante à direita] que são abastecidos por fabricantes instalados na África do Sul”. Uma oportunidade que deve se abrir no norte da África é o Egito, que tem acordo de livre comércio com o Mercosul e prevê redução de tarifas de importação até a isenção total a partir de 2026. PROTAGONISMO REGIONAL Fabricar no País produtos adequados também fizeram toda a diferença para a Toyota. De vendas externas incipientes – iniciadas nos anos 1970 para poucos países vizinhos com o jurássico utilitário Bandeirantes – a partir da década passada a empresa adotou um plano crescente de exportações que atingiu o pico de 95,4 mil unidades embarcadas de suas fábricas brasileiras em 2022, o equivalente a 42,6% de sua produção nacional. No ano seguinte, apesar da queda para 82,4 mil veículos exportados, 40% de tudo que produziu, a Toyota respondeu por 20% das embarques do setor, tornando-se o maior exportador de carros do Brasil pelo segundo ano. Como diz o presidente da empresa no País, Evandro Maggio, para exportar “é necessário ter os produtos certos e um plano consolidado que vai além de aproveitar oportunidades passageiras”. Nesse sentido, assim como fizeram outras empresas, a Toyota começou a produzir no Brasil modelos que não enfrentam a concorrência de outras subsidiárias da fabricante, como foi o caso do Etios, Yaris e Corolla Cross, fabricados exclusivamente em Sorocaba, SP, para abastecer o mercado brasileiro e países latino-americanos. Os horizontes foram significativamente ampliados a partir do lançamento, em 2021, do SUV médio Corolla Cross, que fez o número de mercados de exportação da Toyota do Brasil saltar para 22 países, consolidando o protagonismo regional da subsidiária, como destaca o diretor de comunicação corporativa Roberto Matarazzo Braun: “O aumento das nossas exportações é resultado da forte integração que promovemos em mercados da região. Hoje 80% dos modelos Toyota vendidos na América Latina e no Caribe são produzidos no Brasil ou na Argentina. Isto nos permite atender melhor as necessidades dos clientes com produtos, design, segurança e eletrificação mais adequados à região”. Ele acrescenta que 26% das vendas externas são de modelos híbridos fabricados no Brasil, versões do sedã Corolla e do SUV Corolla Cross. “Exportar híbridos tem dois benefícios: aumenta as exportações do Brasil de bens manufaturados e contribui com a redução de emissões da região”, diz Braun. Com os bons resultados dos últimos Híbrido produzido no Brasil: 26% das exportações da Toyota. Divulgação/Toyota Divulgação/Toyota
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