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34 Agosto 2024 | AutoData INDÚSTRIA » COMÉRCIO EXTERIOR Este tipo de variação compromete os planos, justifica Frik: “Levamos muitos meses para planejar exportações, nesse tempo os mercados mudam e perdemos a oportunidade”. Ou pior: “Algumas vezes erramos em ir com força demais a certos mercados, investimos tempo e dinheiro, depois o cenário mudou e os resultados não se confirmaram, com perdas para nós e a rede de concessionários desses países. Exportar deve ser uma política de longo prazo, aproveitar apenas oportunidades esporádicas pode causar danos”. APOSTA CERTA Ao menos a Volkswagen acertou uma aposta arriscada que fez no início deste ano: o aumento de vendas para a Argentina. “Debatemos a situação do país no começo de 2024 e decidimos programar mais volumes para lá, porque avaliamos que após o momento de turbulência [causado pela eleição de um novo governo] os argentinos iriam adotar um comportamento já conhecido: tirar dinheiro dos bancos e aplicar em bens, como segurança”, relata Frik. “E nós acertamos. É o que está acontecendo, aumentamos nossas vendas na Argentina, mas não quer dizer que isto vai durar muito tempo. É o nosso maior mercado externo mas há anos passa por fortes retrações, deve consumir de 300 mil a 400 mil veículos este ano, mas já foi de mais de 700 mil.” Graças às apostas acertadas a Volkswagen caminha este ano para retomar seu posto histórico de maior exportador de veículos do Brasil, perdido em 2022 e 2023 para a Toyota. No primeiro semestre de 2024 a fabricante exportou quase 36 mil veículos para dezoito países, todos na América Latina, em crescimento de 14,8% sobre o mesmo período do ano passado – resultado acima da média da indústria, que amargou queda nos embarques de 29%, com 156,1 mil automóveis e comerciais leves vendidos a outros países de janeiro a junho. Apesar do desempenho atual melhor do que os concorrentes a Volkswagen também vem registrando quedas de suas exportações. A companhia, historicamente, sempre exportou de 20% a 25% de sua produção no País, chegando ao pico de 46,5% em 2006 com 340,6 mil embarques, e o volume máximo foi de 392,5 mil em 2010, equivalentes a 37% de tudo Maiores mercados dos veículos brasileiros Automóveis e Comerciais Leves * Volumes em milhares de unidades Jan-Jul 2024 País Variação 2023/2024 Participação Volume* Argentina -10% 36% 70,7 México -36% 27% 52,7 Uruguai 17% 11% 21,1 Colômbia -30% 10% 19,0 Chile -40% 5% 9,5 Outros -53% 9% 18,3 Paraguai -12% 3% 6,6 Total -26% 100% 197,9 Fonte: Anfavea

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