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32 Agosto 2024 | AutoData INDÚSTRIA » COMÉRCIO EXTERIOR Arquivo Pessoal exportou foram 766 mil veículos, em 2017, o equivalente a 28% da produção daquele ano. O segundo melhor resultado foi em 2005, com 724 mil unidades, quase 31% do que foi produzido. Mesmo nos melhores tempos o Brasil nunca chegou a exportar sequer 1 milhão de veículos e, segundo projeta a Anfavea, este ano não deve passar de pífios 320 mil, representando menos de 15% da produção projetada e em queda de 21% sobre 2023, que também não foi um bom ano. PERDA DE TERRENO NO QUINTAL Enquanto isso a China – citada aqui só para lembrar que sua indústria automotiva foi construída bem depois da brasileira, nos últimos vinte anos – este ano deverá se tornar o maior exportador mundial de carros, ultrapassando o Japão com mais de 6 milhões de unidades enviadas aos quatro cantos do mundo, inclusive para mercados latino-americanos onde os produtos brasileiros ainda tinham alguma chance. Levantamento recente elaborado pela associação dos fabricantes, a Anfavea, demonstra que as exportações brasileiras de veículos estão perdendo terreno no quintal de casa, em seus maiores mercados externos da América Latina, principalmente para a China. No primeiro semestre, em dólares, as compras de carros do Brasil caíram 76,8% na Argentina, que na mão oposta aumentou em 8,2% as importações do México, e as vendas brasileiras para os mexicanos caíram 5,3% enquanto as chinesas aumentaram 33,1%, no Uruguai a queda foi de 43,1% para produtos do Brasil e alta de 19,3% para os da China, país que elevou em 26,5% o faturamento no Chile, enquanto o valor das exportações brasileiras para lá declinou 7,2%. “É difícil aceitar perder exportações para mercados como Uruguai ou Paraguai, que têm realidades e problemas políticos e econômicos muito parecidos com os do Brasil”, pondera Max Frik, gerente executivo de exportação da Volkswagen do Brasil, historicamente o maior exportador de veículos do País, que desde 1970 já exportou 4,2 milhões de unidades produzidas em suas fábricas brasileiras, inclusive para mercados maduros e exigentes como Estados Unidos e Alemanha. “Os produtos brasileiros deveriam ser melhor aceitos ao menos nos países vizinhos.” O QUE E PARA QUEM? O analista David Wong, diretor da Alvarez & Marsal, avalia que o Brasil tem pouca diversidade de veículos a exportar. Ele pergunta: “Vender o que e para quem? Nós não fabricamos carros de luxo e portanto só sobram modelos compactos para exportar a lugares que já recebem esses produtos com preços mais baixos da Ásia”. Basicamente os fabricantes no Brasil produzem uma grande gama de carros compactos de menor valor agregado que são pouco competitivos em outros lugares do mundo que não o próprio mercado brasileiro. “Para exportar é necessário focar em algum segmento, algo que você faz melhor do que os outros, como a China está fazendo com os elétricos ou a Tailândia com as picapes”, indica Wong. O consultor aponta que os fabricantes instalados no País produzem carros que, em sua maioria, competem com eles mesmos nos principais mercados de exportação. Com exceção da Argentina que integra o Mercosul e tem produção de modelos complementares aos brasileiros, os demais países latino-americanos são dominados por importações da Ásia, com expressivo crescimento da China. Embarque de Nivus: modelo projetado e produzido pela Volkswagen no Brasil tem chances maiores de exportação. Divulgação/VW

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