413-2024-08

21 AutoData | Agosto 2024 te da Anfavea, que reúne os fabricantes de veículos instalados no País. A projeção, portanto, é de 20,4 mil ônibus vendidos e de 26,8 mil produzidos até o fim de 2024. De janeiro a julho foram comercializados 11,3 mil chassis, em queda de 11,5% na comparação com o mesmo período do ano passado que, espera-se, deve ser recuperada no segundo semestre, e as 16,9 mil unidades fabricadas representaram alta de 47,4% sobre 2023, em forte retomada porcentual após o tombo provocado pela adoção da motorização Euro 6, mais cara, para atender à legislação brasileira de emissões Proconve P8. O Brasil segue sendo o terceiro maior mercado de ônibus do mundo, atrás de China e Índia, e por isto construiu ao longo dos últimos setenta anos indústria nacional altamente especializada e qualificada no segmento, conforme observa Lima Leite: “Somos referência em ônibus com as mais modernas tecnologias. É o que sabemos fazer muito bem”. RECUPERAÇÃO LENTA E IDADE ALTA Apesar de ainda preservar posição de destaque no cenário internacional e do otimismo demonstrado nos corredores da Lat.Bus, o sentimento geral é de que o mercado nacional de ônibus pode e deve rodar mais rápido, conforme aponta o presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Roberto Cortes: “A venda de 22 mil unidades, esperada para este ano, ainda está muito abaixo do nível acima de 30 mil alcançado em 2013. A idade média da frota está mais alta, um problema que se agrava com a crise de perda de passageiros nos últimos dez anos, principalmente depois da pandemia. É necessário garantir fatores macroeconômicos e programas de financiamento para tornar viáveis os investimentos do setor”. O País tem frota de 388 mil ônibus em circulação que transportam cerca de 226 milhões de passageiros por mês. O número de usuários é grande mas muito menor do que já foi. Segundo o anuário da NTU em nove das regiões metropolitanas mais populosas do Brasil houve redução de 44% nas viagens de ônibus urbanos nos últimos dez anos, o que representa perda de 19 milhões de passageiros pagantes por dia. O fenômeno se intensificou com a pandemia e, desde 2019 até 2023, a queda no número de pessoas transportadas nas cidades foi de quase 26%. Ou seja: em quatro anos uma a cada quatro pessoas deixou de usar o transporte coletivo público nas regiões monitoradas. “Estamos em um momento de transição. O setor vem se recuperando da dramática crise da covid-19, que intensificou a tendência de queda da demanda registrada nas últimas décadas, até agora recu-

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=