14 FROM THE TOP » MAURO CORREIA, HPE AUTOMOTORES Agosto 2024 | AutoData de novo e entender que tipo de portfólio podemos ter no Brasil, que tipo de desenvolvimento precisa ser feito e aí, sim, discutir a viabilidade de voltarmos a montar um modelo Suzuki. Qual é hoje o índice médio de nacionalização da L200 e do Eclipse Cross? Há conversas com fornecedores para aumentar essa localização? Hoje temos 218 fornecedores locais de componentes produtivos para a fábrica de Catalão, o que resulta em pouco mais de 30% de nacionalização. Trata- -se do porcentual viável no momento. Por exemplo: montamos todo o motor da L200, há vários componentes que fazemos dentro de casa e outros que compramos, mas é um produto de valor agregado alto e de volumes baixos. Só duas picapes médias são produzidas no Brasil e a Mitsubishi é a única com tecnologia japonesa: o restante vem da Argentina. Desta forma não conseguimos tornar viável o custo do ferramental necessário para nacionalizar um veículo que não tem volume expressivo de produção. Em 2012 a Mitsubishi alcançou seu pico de vendas no Brasil, com 67 mil carros, sendo que os importados representaram 45% do volume. No ano passado, dez anos depois, as vendas caíram para menos de 20 mil e as importações representaram em torno de 15%. Por que as vendas caíram tanto e por que as importações foram tão reduzidas? Isto ocorre porque saímos dos segmentos de maior volume no Brasil. O ASX, por exemplo, está na categoria dos SUVs que mais são vendidos no País hoje, mas precisava de desenvolvimentos que não eram viáveis, para atender legislações de emissões, e por isto saiu de linha. Então foi simplesmente a redução do portfólio que causou esta queda. Mas para retomar não estamos pensando em voltar às importações: queremos é brigar por exportações, trazendo novos modelos para as linhas de Catalão. Por falar nisto as exportações da HPE sempre foram esporádicas, talvez por não atender aos conteúdos mínimos de localização. O máximo exportado foram 861 unidades em 2010, mas na maior parte dos anos o volume foi zero. Existe a intenção de voltar a exportar, então? Quando se fala de exportação esporádica aconteceu porque algum país da região pediu, aí ganhamos uma concorrência para um volume específico, mas nós não temos foco em exportar. Agora estamos discutindo isto seriamente, o “ O objetivo é que todos os carros para a produção local sejam flex. Já estamos em discussão bem avançada com a Mitsubishi para fazer este desenvolvimento. Estamos discutindo também a possibilidade de ter um híbrido mais leve, mas ainda não temos nenhum projeto aprovado.”
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