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58 Julho 2024 | AutoData INDÚSTRIA » INVESTIMENTO A FÁBRICA E O ÔNIBUS ELÉTRICO De acordo com Isabelle Diniz, engenheira de processos industriais responsável pelo projeto de produção de chassis elétricos em São Bernardo, as adaptações necessárias na fábrica de chassis são relativamente simples: “São poucas adequações na linha, basicamente mudanças na pré-montagem, que envolve o sistema de resfriamento e de alta tensão, e da pré-montagem da estrutura que vai sustentar as baterias no lugar do motor”. Instalada em 2,9 mil m2 a linha de produção de chassis tem capacidade de fabricar 4,1 mil unidades por ano, o correspondente a dezoito por dia. Atualmente o ritmo é de onze por dia e a previsão é manter a mesma cadência com a inclusão de três modelos elétricos diariamente. Segundo Alex Nucci, diretor de vendas de soluções da Scania Operações Comerciais Brasil, as vendas do ônibus elétrico serão iniciadas durante a Lat.Bus, agendada para 6 a 8 de agosto no São Paulo Expo. Até o fim de 2025 a projeção é vender em torno de cinquenta unidades. Os modelos de ônibus elétricos a ser oferecidos no mercado brasileiro são os mesmos já fabricados pela Scania na Polônia e vendidos em toda a Europa. O problema segue sendo o preço: os valores giram em torno de R$ 2 milhões, a depender da configuração, o que é comparativamente R$ 1,3 milhão mais caro do que o chassi similar a diesel K230E B4x2LB. Para amenizar o impacto o Scania Banco estenderá aos elétricos sua linha de financiamento para veículos de baixa emissão de carbono a gás, que tem taxa de juro de 0,79% em vez do habitual 1,10% a 1,15% ao mês. Estes chassis são do modelo 4x2 com 12 a 14 metros de comprimento, que poderão receber carrocerias Marcopolo, Caio, Comil ou Mascarello, com capacidade para levar até oitenta passageiros nas configurações de piso baixo ou normal. O ônibus é alimentado por até cinco pacotes de baterias NMC, níquel-manganês-cobalto, fornecida pela Northvolt, da Suécia, com autonomia de 250 a 300 quilômetros em condições severas, com ar-condicionado ligado e topografia íngreme. O tempo de recarga é de 150 a 170 minutos, lembra Alex Nucci: . “Este material tem densidade de energia maior do que as baterias de lítio e, portanto, é mais leve, o que permite a maior autonomia”. Segundo Marcelo Gallao, diretor de desenvolvimento de negócios da Scania Operações Comerciais Brasil, as baterias NMC são opção mais interessante do que as de lítio porque emitem 70% menos de CO2 em seu processo de produção, o que lhe confere o título de “bateria verde”. PRÓXIMOS PASSOS ELÉTRICOS A empresa não revela se o recém-divulgado pacote de investimento também estenderá a propulsão elétrica como opção aos caminhões da marca no mercado brasileiro. Nucci afirma que isso ainda não está previsto, mas que na Fenatran, a ser realizada em novembro, a Scania levará novidades sobre o assunto. Scania já prepara linha de produção em São Bernardo para fazer dois chassis de ônibus elétricos por dia a partir de março de 2025 Divulgação/Scania

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