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57 AutoData | Julho 2024 Alckmin experimenta viagem de baixo carbono: ônibus elétrico será mais uma opção da Scania. lização da fábrica e no desenvolvimento da produção nacional de veículos eletrificados. A Scania é a primeira fabricante de veículos pesados a anunciar aportes desde a criação do Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, que direciona os rumos da indústria automotiva no País até 2028 e que já destravou investimentos divulgados este ano da ordem de R$ 100 bilhões. O novo ciclo de investimento foi divulgado em 21 de junho com a visita à fábrica no ABC paulista do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Além de conhecer as diversas linhas de produção da empresa ele também embarcou no projeto inicial do programa: o primeiro chassi de ônibus elétrico da Scania no País, cuja linha de produção já está sendo preparada, com aporte de R$ 60 milhões, e entra em operação a partir de março de 2025. Segundo Alckmin os projetos da Scania se casam com os objetivos do NIB, Programa Nova Indústria Brasil, que busca financiar planos de ampliação da indústria ou reindustrialização com recursos do BNDES que somam R$ 300 bilhões: “Nós estamos aqui, na ponta, na vanguarda da inovação, da tecnologia, numa indústria sustentável, verde, que lidera a descarbonização, com veículos elétricos, a gás e biodiesel. Trata-se de uma empresa altamente competitiva, que faz 115 caminhões pesados e ônibus por dia, e exportadora, que atende a América Latina e outros continentes”. RENOVAÇÃO RUMO À ELETRIFICAÇÃO Inaugurada em 1962 a fábrica de São Bernardo do Campo já produziu meio milhão de caminhões. Instalado em área de 427 mil m2 o complexo industrial tem 274 fornecedores e emprega 5,6 mil trabalhadores em nove linhas de produção de caminhões, chassis de ônibus e motores a diesel e gás para aplicações industriais e marítimas. Christopher Podgorski, presidente da Scania Latin America, afirma que a fábrica passa por renovações constantes pois é um dos polos do sistema global de produção Divulgação/Vice-Presidência da República da empresa: “Por isto conseguimos incorporar novas tecnologias às plataformas de produto recém-introduzidas na Europa, como fazemos, agora, com a plataforma para chassis para ônibus elétricos”. Depois de Suécia e Polônia a fábrica brasileira será a terceira da Scania no mundo a produzir ônibus elétricos. Segundo Podgorski esta é a continuação natural do plano de descarbonização das emissões de seus veículos, iniciado em 2018, quando a unidade começou a fabricar nova geração de caminhões, atualizados tecnologicamente com a Europa, com redução significativa de consumo de diesel, que foi seguida, em 2020, pelo lançamento da linha nacional de veículos a gás. Ele diz que, “agora, o foco é incrementar a jornada de transformação com a eletrificação”. E observa também que é importante manter aberta a alternativa dos biocombustíveis para veículos pesados, como biodiesel e gás biometano, que são neutros em emissões quando a medição é feita levando em conta a produção, distribuição e uso do combustível: “No processo de descarbonização o importante é manter o conceito do poço-à-roda. O inimigo comum é o carbono. Para abatê-lo, considerando um país de dimensão territorial como o Brasil, seu tamanho de frota e matriz energética, é fundamental abraçar múltiplas tecnologias. A eletromobilidade se encaixa neste contexto”.

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