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53 AutoData | Julho 2024 Nesta etapa final de testes o veículo é monitorado pelas empresas parceiras do projeto para confirmar os resultados da fase de desenvolvimento, avaliar o desempenho em aplicação real e monitorar a durabilidade da bateria. Após cerca de doze meses os dados serão analisados e o teste prossegue e avança para a possível industrialização. Roberto Cortes, presidente da VWCO, estima para daqui a quatro anos a viabilidade comercial do e-Volksbus equipado com as baterias com nióbio: “É o tempo médio do desenvolvimento. O caminhão e-Delivery iniciou em 2017 para chegar ao mercado em 2021 e o e-Volksbus com bateria de lítio em 2021 e chegará no segundo semestre”. O ônibus que circula nas dependências da CBMM foi produzido pela VWCO na fábrica de Resende, RJ, e recebeu carroceria da Comil. Uma vez aprovado nos testes poderá ser mais uma opção na linha e-Volksbus, que será oficialmente lançada nas próximas semanas com chassis de 9 a 23 metros de comprimento. A produção modular permite a instalação de quatro ou seis módulos de baterias de íons de lítio, tanto das tradicionais LFO ou das NTO, como são chamados os acumuladores que têm na sua composição óxidos de titânio com nióbio. O PULO DO NIÓBIO Abundante no Brasil, que tem a maior reserva mundial, o nióbio é explorado e manipulado pela CBMM na região de Araxá. Segundo demonstraram os testes até o momento o óxido de nióbio aplicado ao ânodo, polo negativo, da bateria amplia em até 35% sua densidade energética comparada às baterias de íon de lítio mais avançadas que usam grafite, de acordo com Rafael Mesquita, chefe de tecnologia da mineradora. Com a recarga em apenas 10 minutos é possível usar baterias bem menores, com autonomia de até 60 quilômetros, o suficiente até para trechos rodoviários curtos, o que reduz os custos e o peso do veículo. Esta solução é perfeita para operações de ônibus urbanos, pois cria a condição de se adotar um sistema de recarga de oportunidade, por meio de um pantógrafo no ponto final, sem necessidade de se criar enorme e cara infraestrutura elétrica. Como exemplifica Rodrigo Chaves, vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento da VWCO, um mesmo carregador enche as baterias NTO, com ânodo de nióbio, de dez ônibus no mesmo período de tempo em que é recarregada apenas uma LFP, as tradicionais de íons de lítio com grafite: “O operador economiza na infraestrutura, pois o processo demanda menos carregadores. Basta instalar um pantógrafo no ponto final do ônibus e carregar no fim do seu percurso”. Recarga de oportunidade no terminal de ônibus: com uso do pantógrafo as baterias NTO são recarregadas em apenas 10 minutos e os custos da operação podem cair até 50%.

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