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» EDITORIAL AutoData | Julho 2024 Diretor de Redação Leandro Alves Conselho Editorial Isidore Nahoum, Leandro Alves, Márcio Stéfani, Pedro Stéfani, Vicente Alessi, filho Redação Pedro Kutney, editor Colaboraram nesta edição André Barros, Caio Bednarski, Lúcia Camargo Nunes, Soraia Abreu Pedrozo Projeto gráfico/arte Romeu Bassi Neto Fotografia DR/divulgação Capa Foto MISTER DIN_shutterstock Comercial e publicidade tel. PABX 11 3202 2727: André Martins, Luiz Giadas Assinaturas/atendimento ao cliente tel. PABX 11 3202 2727 Departamento administrativo e financeiro Isidore Nahoum, conselheiro, Thelma Melkunas, Hidelbrando C de Oliveira, Vanessa Vianna ISN 1415-7756 AutoData é publicação da AutoData Editora e Eventos Ltda., Av. Guido Caloi, 1000, bloco 5, 4º andar, sala 434, 05802-140, Jardim São Luís, São Paulo, SP, Brasil. É proibida a reprodução sem prévia autorização mas permitida a citação desde que identificada a fonte. Jornalista responsável Leandro Alves, MTb 30 411/SP autodata.com.br AutoDataEditora autodata-editora autodataseminarios autodataseminarios Por Pedro Kutney, editor Crise e prosperidade O setor automotivo nacional parece viver uma situação bipolar. Por um lado anúncios de aportes de mais de R$ 100 bilhões por parte de fabricantes de veículos e seus fornecedores fazem crer que o momento é de grande prosperidade, endossado por um novo plano de desenvolvimento, o Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, do qual ninguém parece falar mal desde que foi apresentado pelo Executivo, no apagar das luzes de 2023, e aprovado no início de junho por deputados e senadores . Mas por outro lado o recém-nascido plano parece já correr notáveis riscos. Segundo a associação dos fabricantes, a Anfavea, o rápido crescimento de quase 500% no primeiro semestre das importações de carros elétricos e híbridos chineses, beneficiados por imposto de importação mais baixo, estaria ocupando o lugar de vendas domésticas da indústria nacional, que não consegue compensar as perdas com exportações porque os principais clientes externos registram queda de mercado e, também, estão comprando pencas de carros chineses mais baratos. O resultado da falta de competitividade das fábricas nacionais é que a produção não cresce, anda de lado, mesmo diante de um inesperado crescimento do mercado brasileiro acima do esperado, o que concretiza o cenário bipolar. Se a produção não cresce o que cresce são as dúvidas em relação aos investimentos prometidos, que para a Anfavea devem ser protegidos pelo aumento imediato da alíquota de importação para os usuais 35% aplicados a todos os veículos que vêm de fora do Mercosul e México. É o que revelou o presidente Anfavea, Márcio de Lima Leite, no Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2024, quando disse pela primeira vez que a entidade estava encaminhando ao governo o pedido de aumento de imposto, como relata a reportagem de cobertura do evento que acabou virando tema de capa desta AutoData, abordando também a revisão das projeções da entidade, que puxou para baixo suas expectativas de produção e exportação, justificando seu pleito de proteção, rapidamente rebatido pelos importadores, que alegam não serem responsáveis pela atávica falta de competitividade da indústria nacional. Esta situação dicotômica pauta a entrevista do mês From The Top com o próprio Márcio de Lima Leite, em mais uma oportunidade que teve para comemorar a aprovação da nova política industrial que motiva investimentos multibilionários, ao mesmo tempo em que justifica mais um pedido de proteção do setor ao governo. Esta discussão está só no começo e promete frequentar este espaço mais vezes no resto do ano – ou mais até.

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