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31 AutoData | Julho 2024 que é necessário garantir a previsibilidade para a indústria automotiva e é contra esse retorno imediato, o que nos faz acreditar que o pedido das montadoras instaladas no País não será aceito”. Bastos também disse que uma decisão como esta pode gerar uma série de dificuldades para o Brasil, como insegurança jurídica maior e adiamento de novos investimentos. Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD, segue em linha parecida com o presidente da ABVE: também é contra a decisão de aumento imediato do II, ainda que não acredite que será afetado por uma possível elevação da alíquota, pois está investindo no País para construir sua fábrica em Camaçari, BA. Mesmo sem se preocupar tanto com essa retomada do II Baldy disse que o movimento pode afetar a imagem global do Brasil: “Acredito que mudar as regras no meio do jogo não é uma mensagem legal que será passada para outras empresas que estão pensando em investir e produzir no Brasil, pois eles ficarão inseguros”. Marcelo de Godoy, presidente da Abeifa, que reúne importadores, foi enfático ao se posicionar contra o pedido da Anfavea e disse que não existem conversas das duas entidades sobre o tema, mas ele acredita que isto deveria acontecer: “Estamos sempre abertos para discutir qualquer mudança no setor automotivo nacional, mas hoje essas conversas quase não acontecem. Ficamos sabendo do pedido da Anfavea pela imprensa e nos posicionamos de forma contrária, articulando nossos movimentos em Brasília para que isso não aconteça”. O dirigente acredita que a posição do vice-presidente da República e também ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, será contra o retorno imediato do II integral e deverá ajudar a manter as regras como estão, até porque “mudar tudo com o jogo em andamento é pior que não ter nenhuma regra previamente definida”. PROBLEMA NÃO RESOLVIDO Godoy também defende que aumentar o Imposto de Importação não resolve o problema da indústria nacional pois os modelos importados representam em torno de 10% do mercado: “Se a indústria nacional não consegue disputar espaço com 10% de veículos importados ela precisa rever seu portfólio e o seu modelo de operação”. O presidente da Abeifa avalia que o aumento da tarifa de importação não fará com que a indústria eleve de forma relevante a produção local. Para isto é necessário exportar mais e o que está acontecendo, hoje, é uma queda acentuada dos volumes embarcados para outros países e as razões para isto podem ir além dos custos que o Brasil tem para exportar. “Isto acontece por causa dos impostos ou porque os consumidores de outros mercados estão preferindo outros veículos do que os produzidos no Brasil? Será que o que está sendo produzido no País é o que os compradores de outros países querem?” A volta do imposto de importação para eletrificados em quatro etapas Fonte: Secex/MDIC Híbridos (HEV) Híbridos Plug-in (HPEV) Elétricos (BEV) Veículos de Carga Elétricos 15% 130 12% 226 10% 283 20% 20 Cota US$ milhões Alíquota jan/2024 25% 97 20% 169 18% 226 35% 13 Cota US$ milhões Alíquota jul/2024 30% 43 28% 75 25% 141 35% 6 Cota US$ milhões Alíquota jul/2025 35% – 35% – 35% – 35% – Cota US$ milhões Alíquota jul/2026

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