12 FROM THE TOP » MÁRCIO DE LIMA LEITE, ANFAVEA Julho 2024 | AutoData crescimento surpreendente [das vendas domésticas] no primeiro semestre a produção teria caído e quando isto acontece não tem jeito, as fábricas param. Se no segundo semestre nós não tivermos uma surpresa positiva do mercado brasileiro e nem crescimento das exportações há risco sim de as fábricas precisarem fazer paradas para ajuste de produção. Esta é uma realidade que não podemos descartar. E quando a produção é afetada os investimentos também são. Por isto precisamos enfrentar com muito senso de urgência a questão das importações. O Mover será suficiente para dar as armas de que a indústria precisa para competir, enfrentar a invasão de carros chineses, ou vamos sempre precisar de um imposto maior para isto? Depende do que estiver acontecendo no mundo. O Brasil precisa de regras em pé de igualdade com o restante do mundo. Então se os Estados Unidos sobem a tarifa, se a Europa sobe, e o Brasil ficar com uma mais baixa, é natural que seja inundado de carros vindos da China. Claro que existem outras questões, como os custos do Brasil e outros fatores que compõem a pauta de competitividade do País, que vem sendo trabalhada. O Mover coloca sim o Brasil em uma rota de competitividade importante, mas devemos ter sempre um olhar atento às importações, é preciso pensar em um período de transição. Dou o exemplo da própria China: quando estava construindo sua indústria automotiva, nos anos 90, para chegar à potência que é hoje com capacidade para produzir 50 milhões de veículos por ano, o país criou um imposto de importação de 81% que “ As importações podem colocar os investimentos em risco. Por isto Estados Unidos criaram alíquota de mais de 100% sobre veículos elétricos importados da China e a Europa estuda colocar quase 50%. E no Brasil nós agora chegamos aos 18%, o que ainda é muito baixo.” No início de julho a Anfavea revisou as projeções deste ano, colocando para cima as expectativas de vendas domésticas e para baixo as de exportações e produção. O senhor disse que algumas fábricas podem até parar no segundo semestre se o imposto de importação sobre carros elétricos e híbridos não for elevado imediatamente. Se o governo não atender este pleito os investimentos anunciados estarão ameaçados? Essas declarações podem parecer uma chantagem, alguma ameaça, e não se trata disso. Com dados efetivos, de janeiro a junho o mercado interno de veículos cresceu 15%, acima do que esperávamos, mas as importações cresceram mais [38% no geral e 449% só considerando carros chineses] e já atingiram 200 mil unidades, enquanto as exportações caíram 30% e a produção ficou estagnada, uma elevação de apenas meio por cento, ou seja, nada, ficou igual ao ano passado, que foi baixíssima. Então se não houvesse o
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