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10 FROM THE TOP » MÁRCIO DE LIMA LEITE, ANFAVEA Julho 2024 | AutoData Movendo o Mover sob temor de importações Quando chegou à presidência da Anfavea, em abril de 2022, Márcio de Lima Leite sabia que uma de suas prioridades à frente da associação dos fabricantes de veículos seria a aprovação da nova fase da política industrial do setor automotivo. O programa, lançado em 2018 como Rota 2030, mudou de nome para Mover, acrônimo de Mobilidade Verde e Inovação, e agora se estende por mais cinco anos até 2028 com novas metas e incentivos. Foi complexo abarcar os interesses de todo o setor automotivo. Mas depois de dois anos de negociações o Mover foi aprovado e, por enquanto, ninguém fala mal dele. O Mover literalmente moveu anúncios de investimentos mais de R$ 100 bilhões por parte de fabricantes de veículos, para desenvolver novos produtos e tecnologias de propulsão mais limpas. Mas justamente no início deste novo e promissor ciclo de desenvolvimento a produção nacional de veículos anda de lado, está estagnada por baixa de exportações e alta de importações, principalmente de carros elétricos e híbridos chineses beneficiados por redução de imposto de importação, que a Anfavea pede ao governo para voltar aos usuais 35%. É neste contexto, logo após a aprovação do Mover no Congresso, diante da promessa de prosperidade ameaçada pelo crescimento das importações, que Lima Leite concedeu esta entrevista, com misto de preocupação com o presente e otimismo com o futuro do setor. Em paralelo com a prosperidade que parece viver o setor automotivo no Brasil, com investimentos multibilionários, paira no ar a ameaça do aumento das importações. O Mover como instrumento para promover o desenvolvimento da indústria chegou atrasado? O Mover traz a previsibilidade que tem sido coroada com investimentos de mais de R$ 130 bilhões até o momento. Então é motivo de celebração, sim. É um programa dos mais modernos do mundo. Já as importações ameaçam [a competitividade] e podem colocar os investimentos em risco. Por isto Estados Unidos criaram alíquota de mais de 100% sobre veículos elétricos importados da China e a Europa estuda colocar quase 50%. De forma geral todos os países estão se protegendo. A própria China neste momento está trabalhando para impor alíquota de importação de 20% a 25%. E no Brasil nós até o mês passado (junho) tínhamos 10% e agora (a partir de julho) chegamos aos 18%, o que ainda é muito baixo. Entrevista a Márcio Stéfani e Pedro Kutney Clique aqui para assistir à versão em videocast desta entrevista

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