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63 AutoData | Junho 2024 Ou seja, nem a fábrica brasileira em Camaçari, BA – já em obras para receber equipamentos para montar os primeiros modelos que chegarão semimontados da China, ainda em 2024 – nem outra unidade confirmada por Stella Li a ser construída no México, ainda sem prazo nem lugar definidos, terão como função abastecer o mercado estadunidense, ao menos por ora. As duas linhas de produção terão como objetivo de abastecer seus mercados regionais mais próximos, conforme conta Li: “Teremos duas fábricas nas Américas, uma ao Sul e uma ao Norte. Camaçari, na Bahia, atenderá aos países Divulgação/BYD PLANO OUSADO NO BRASIL Com o início das operações em Camaçari programado para o fim do ano a BYD pretende acelerar seu planejamento para o mercado brasileiro: alcançar uma posição no pódio das três marcas mais vendidas até 2028. A marca foi a décima mais vendida de janeiro a maio, somando 27,2 mil carros elétricos e híbridos plug-in, todos importadas, em apenas três anos de operação no Brasil. O volume superou concorrentes tradicionais e com produção local. Equivale a mais do que o volume comercializado por Peugeot e Citroën, somadas, no mesmo período. De toda forma a BYD ainda está bem longe do pódio. Para se ter uma ideia da ousadia a Chevrolet, terceira marca mais vendida no ano passado, registrou 328 mil unidades comercializadas em 2023. “Para alcançarmos esta meta precisaremos da nossa fábrica operando em sua capacidade máxima planejada, que é de 300 mil unidades por ano”, afirmou Alexandre Baldy, conselheiro especial da BYD. Ele disse que o planejamento foi dividido em duas etapas: a primeira, já aprovada com os investimentos de R$ 5,5 bilhões, consiste no início das operações com capacidade para 150 mil veículos por ano. Alcançado o teto seria disparada a segunda fase do plano, para que Camaçari alcançasse capacidade de 300 mil unidades anuais: “Assim conseguiremos brigar pelo Top 3”. O primeiro modelo a sair das linhas ainda não está definido, com possibilidade de ser o híbrido Song Plus e o elétrico Dolphin, os dois mais vendidos do portfólio atual. A picape Shark também é forte candidata a ser baiana, embora não no primeiro momento. Está em desenvolvimento, também, a tecnologia híbrida flex para ser adotada no mercado brasileiro. A ideia, segundo Baldy, é que seja um PHEV, híbrido plug-in, recarregável na tomada. E os engenheiros já têm um desafio em mãos: “Nossa intenção é compensar a perda de desempenho do etanol ante a gasolina com o motor elétrico. Nosso desenvolvimento do híbrido flex segue este caminho para conseguirmos alcançar o objetivo”. mais próximos, da América do Sul, e o mercado brasileiro, que tem grande potencial. A do México atenderá aos países ao Norte e o mercado mexicano”. Segundo a executiva a BYD tem o objetivo de estar próxima, com produção local, dos mercados onde deseja atuar. Além das duas unidades nas Américas uma fábrica está sendo construída na Hungria, que a partir de 2026 abastecerá países da Europa. Uma outra unidade europeia está em estudos. Este planejamento, na opinião de Li, responde aos recentes movimentos de sobretaxação de carros produzidos na China em mercados como Brasil, Europa e Estados Unidos: ao produzir localmente a BYD rompe essas barreiras.

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