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6 LENTES Junho 2024 | AutoData LEÕES E CACHORROS GRANDES Quer ter o respeito da rapaziada jornalista que cobre o setor de veículos, produto ou economia? Goste de carros, faça direitinho a sua lição de casa, apesar de engenheiro mantenha mente aberta pras novidades. Peça a opinião de jornalistas a respeito de tudo e de qualquer coisa: de vez em quando são capazes de acertar juntos. Avance além das suas presumidas capacitações e competências e agregue novos conhecimentos. Não minta nunca e, de preferência, não peça a cabeça de jornalistas a seus chefes. Pois Rogelio Golfarb foi o espelho deste ente raro no setor e que nos fará falta exatamente pelas virtudes expostas. Escrevi, para a Agência AutoData de Notícias, na sua edição de terça-feira, 28 de maio: “Empobrece a constelação de executivos do setor de veículos no País: depois de 43 anos de serviços prestados o vice-presidente para a América do Sul, Rogelio Golfarb, aposenta-se da Ford ao fim do expediente de hoje [dia 28]. Ele foi o presidente da Anfavea de 2004 a 2007 sucedendo a Ricardo Carvalho, da Volkswagen. Sucedeu-o Jackson Schneider, da Mercedes-Benz”. LEÕES E CACHORROS GRANDES 2 Mais: “Happy-hour com as equipes de Relações Governamentais e de Comunicação, agregada pela diretoria da companhia na pessoa de Martin Galdeano, chefe das operações da Ford na América do Sul, e com a presença de gente de outras áreas, marcou a despedida na própria sede da empresa, na Vila Olímpia, em São Paulo”. Rogelio despediu-se do jeito dele tendo ao lado companheiros de trabalho e de jornada, a família e pequeno rol de jornalistas a que se dedicava a fazer compreender que os rumos do Velho Corcel eram os mesmos, e mesmo assim, diferentes, dos de um Mustang novinho. Quando ele foi indicado para completar mandato do inesquecível Célio Batalha, argui ao então presidente Antônio Maciel que Rogelio nem sabia chegar à sede da Anfavea, que ele não a conhecia e nem à sua cultura própria. Disse que Rogelio, naquelas circunstâncias, era peixe fora d’água e que tinha tudo pra dar errado. E que todos os presidentes anteriores tiveram suficiente vivência interna antes de assumir mandato – o que não era o caso dele. Logo depois voamos para uma Detroit fria e nevada, como de hábito, logo no comecinho do ano, que era 2004, para mais um Salão do Automóvel. Tivemos, naqueles dias, exatas dez horas e meia de conversas em meio a cafés da manhã, almoços e jantares. Ele, Rogelio, de sua parte, queria entender minhas restrições a ele, e eu o provocava: “Seu carro, e o de Miguel Jorge, não sabem chegar à Anfavea sozinhos”. LEÕES E CACHORROS GRANDES 3 Foi um esforço concentrado, e me convenci, afinal, de que havia uma pequena possibilidade de que a insistência de Maciel funcionasse: Rogelio queria entender e queria viver o processo e oferecia seus melhores esforços para a entidade – nada da Anfavea do B. E fui – fomos – testemunhas de uma inesperadíssima gestão que agradou a todos na Casa da indústria de Por Vicente Alessi, filho Sugestões, críticas, comentários, ofensas e assemelhados para esta coluna podem ser dirigidos para o e-mail vi@autodata.com.br Arquivo

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