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48 Junho 2024 | AutoData INDÚSTRIA » FÁBRICA estrutura do prédio: “Dá para automatizar mas reforma não é só colocar robô. No nosso caso é preciso reformar toda a estrutura predial. Às vezes é mais fácil fazer uma fábrica do zero do que pegar uma fábrica de 65 anos e ir atualizando. Há vantagens e desvantagens nas duas situações”. Mesmo com processos e tecnologias não tão atuais o imenso prédio de vários andares da pintura tem capacidade para entregar sem problemas as 150 unidades de S10 e Trailblazer que a linha final espera montar todos os dias. Enquanto as cabines e caçambas são deslocadas da pintura para o prédio ao lado já é iniciado o acoplamento de motor e transmissão aos chassis de cada unidade a ser montada. Após a junção das duas partes estruturais e a inserção das rodas inicia-se o processo de montagem final, que recebeu diversas novidades. Muitos componentes a ser agregados são novos, como o cockpit, o para-choque, boa parte do sistema de arrefecimento do motor, partes eletrônicas como as novas telas do painel. Para apurar esses processos foram realizados nove meses de treinamento dos profissionais que operam a linha final. Durante o período foram inseridas unidades de pré-série nas picapes da geração anterior para que os operadores pudessem conhecer as novidades e se preparar para a mudança. Em uma linha ao lado da principal são montadas as telas no cockpit, uma operação manual que requer precisão e, por isto, muitas mulheres ocupam as estações. De acordo com Fanucchi 10% da mão-de-obra da fábrica de São José é composta por mulheres: “Estamos aumentando gradativamente este porcentual porque entendemos que não há diferença na qualidade do trabalho realizado por eles ou por elas”. Ao longo da linha diversas câmaras e sensores fazem o monitoramento on-line de tudo o que está acontecendo. Por meio de programas de inteligência artificial são verificados se todos os opcionais de cada versão, a cor da carroceria e as rodas, por exemplo, foram corretamente incluídos em cada unidade produzida. E no fim da linha são realizados os testes que garantem que todos os sistemas, inclusive os digitais, como a conexão com os programas Android Auto e Apple Carplay, estejam funcionando. São verificadas as passagens de marchas, com o motor funcionando, e também, toda a calibração de freios: “Antigamente estes testes dinâmicos eram feitos somente em uma pista externa”. FUTURO VISÍVEL Desde o início da operação oficial do projeto ano-modelo 2025 da picape S10 foram fabricadas em torno de 2,8 mil unidades. A antiga mas renovada linha de produção passa neste momento por um período de crescimento gradual da produtividade. O mix das encomendas, segundo Fanucchi, é de 60% da produção destinada ao mercado doméstico e 40% para exportação. Por enquanto todo o complexo de São José dos Campos trabalha em um turno, o suficiente para entregar cerca de 65 mil unidades por ano. Mas com o parque de fornecedores próximo, condições logísticas favoráveis, uma nova fase de investimentos da GM no Brasil – com R$ 7 bilhões prometidos até 2028 – e com colaboradores especializados e motivados não é tão difícil olhar com otimismo para o futuro da unidade que já está na história da indústria automotiva nacional.

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