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43 AutoData | Junho 2024 engenharia pode ser considerada como benefício do programa. Então isto acaba sendo um incentivador para a tomada de decisão pela localização de produtos”. O executivo ressalta que o País precisa também de mudanças estruturais, como a reforma tributária, a fim de atrair investimentos de longo prazo: “Para o Brasil voltar a competir em plataformas globais, ser um polo de produção também para exportação, precisa ter segurança jurídica, precisa ter um sistema tributário similar ao dos Estados Unidos e da Europa e precisa ter competitividade”. Segundo o executivo o Mover ainda é visto pela organização global com cuidado: “Apesar de trazer pontos relevantes leva um certo tempo para ser comprado pelas organizações globais porque a experiência passada traz alguns aspectos negativos. Eu vejo, sim, o Brasil voltando a esse cenário, mas não tão rapidamente”. Para ele já é esperado um impacto positivo no seu resultado de 2024 porque sua despesa com engenharia será reembolsada em 2025: “A nossa batalha do dia-a-dia é trazer os negócios para o Brasil. Então a gente precisa ter argumentos. Precisamos controlar essa euforia, porque também a comunicação com as nossas matrizes precisa ser ponderada. Sabemos que temos bastante trabalho a fazer para nos tornarmos novamente um país atrativo aos investimentos. Estamos fomentados por programas de curtíssimo e médio prazo, que são importantes para nós. Mas são os programas de investimentos de longo prazo que geram emprego e desenvolvimento de tecnologia”. CUMMINS DESCARBONIZA Por investir há décadas em seu centro de pesquisa brasileiro em torno de R$ 50 milhões por ano a Cummins já se enquadra para receber incentivos do Mover. Outro exemplo de projeto é seu desenvolvimento da plataforma de motores de alta eficiência, baixas emissões e que roda com múltiplos combustíveis. “Para o Brasil podemos usar biogás ou etanol, mas será preciso investimento para que essa tecnologia seja adequada ao nosso mercado”, indica o presidente Adriano Rishi. “A questão é como dar os primeiros passos rumo à descarbonização sem causar uma disruptura do ponto de vista de viabilidade econômica”. A Cummins investe no uso do hidrogênio em duas frentes: para motor a combustão interna a hidrogênio e em células de combustível para alimentar propulsão elétrica. Neste desenvolvimento a empresa estuda a localização de baterias e de um eletrolisador para a produção de hidrogênio verde. Rishi cita avanços também na linha dos motores a gás sendo testados em fase de prototipagem. As exportações cresceram um pouco mas a Cummins Brasil quer mais, diz seu presidente: “Hoje exportamos em torno de 15% do nosso volume de produção de motores e por volta de 60% de componentes, com boa participação para Canadá, Estados Unidos e Europa. Outra oportunidade é de fabricantes chineses qe se instalarão no Brasil que já usam motorização Cummins”. Divulgação/Cummins Motor Cummins: foco na descarbonização com uso de combustíveis alternativos.

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