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Junho 2024 | AutoData 36 INDÚSTRIA » SISTEMISTAS O engenheiro da SAE estima que pelo menos 20% do que é importado atualmente poderá ser nacionalizado nos próximos anos – o que consequentemente gera mais empregos, mais vendas e induz a indústria a pensar em voltar a crescer. Após ser aprovado no Congresso – o que ocorreu definitivamente em 11 de junho após um semestre inteiro de idas e vindas legislativas – o Mover pode ganhar desdobramentos, porque, ao que tudo indica, os R$ 19 bilhões não serão suficientes para financiar todos os projetos possíveis em apenas cinco anos. “Nosso gargalo é tão grande que o Mover será pequeno, porque além de ampliar P&D trabalha também com a nacionalização. Para ficar bom precisaria cinco vezes mais verba do que tem hoje”, sugere Franieck. “Se falasse de um Mover com R$ 50 bilhões estaríamos dando realmente um salto de nacionalização que nunca tivemos.” Margarete Gandini, líder do programa no MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, já discute a possibilidade de ampliar os recursos para os próximos anos, revela Franieck. MARELLI LOCALIZA SISTEMAS Ampliar a localização de componentes e sistemas eletrônicos é exatamente uma das janelas de oportunidades que a Marelli enxerga hoje em sua habilitação ao Mover. A empresa – que já pertenceu ao Grupo Fiat e foi vendida em 2018 ao grupo japonês Calsonic Kansei – está nacionalizando a produção de injetores de alta pressão GDI, a injeção direta de combustível, que hoje é um sistema importado. A ideia é transferir uma linha de montagem da China para o Brasil, em um investimento da ordem de R$ 100 milhões. “Entraremos em produção agora no fim deste ano para gerar praticamente cem novos postos de trabalho com essa localização”, conta Rodrigo Fabiano Ferreira Nani, diretor de operações da divisão Propulsion Solutions da Marelli no Brasil. E o Mover apoia o plano que a companhia já vinha seguindo e agora pode receber mais de suporte, seja no desenvolvimento como também na possibilidade de realocar plantas produtivas e sustentar a engenharia local. Na área de propulsão Nani estima que em torno de 110 pessoas trabalham no desenvolvimento de sistemas, enquanto outros cem se dedicam ao P&D de eletrônica. O próximo passo é localizar a bomba de alta pressão, que leva o combustível ao injetor. Os componentes utilizados nos motores turbo 1.0 e 1.3 que a Stellantis proDivulgação/Marelli Conceito de cockpit digital da Marelli apresentado na China: futuro mais próximo do Brasil. Sistema de injeção direta de combustível de alta pressão: na lista de nacionalizações da Marelli.

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