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30 Junho 2024 | AutoData DESCARBONIZAÇÃO » TENDÊNCIAS la Model 3, por exemplo, utiliza baterias chinesas e, portanto, não pode receber o abatimento de US$ 7,5 mil no seu preço total, o que prejudicou as vendas este ano. Amorim explica que nos Estados Unidos e na Europa a transição para eletrificação está um passo atrás da China. E as razões são as mais diversas, incluindo um fator muito importante: o entendimento e as preferências do consumidor sobre os veículos a combustão e os eletrificados. “É difícil imaginar para quem não vive aqui, mas os Estados Unidos são um país essencialmente rural. Nesses lugares não há estrutura que justifique a utilização de um veículo elétrico, tampouco interesse das pessoas porque além do combustível barato e acessível a cultura é utilizar um carro até ele praticamente se despedaçar. E depois pensar em comprar outro.” Ele argumenta que é muito difícil convencer estes consumidores a experimentar um produto que ainda não sabem se terá a mesma durabilidade e se prestará o serviço ao mesmo custo que estão acostumados: “O consumidor tem receio de muitas coisas que podem acontecer com os veículos elétricos. Há pesquisas que mostram que 25% dos entrevistados dizem que muito provavelmente comprarão um veículo eletrificado. Mas e o próximo? Ele pode voltar para o carro com motor a combustão interna”. Mesmo na Califórnia, onde a legislação mais restritiva de emissões estimula as pessoas a aderirem à mobilidade elétrica limpa, a transição se mostra insuficiente para retirar todo o CO2 expelido na atmosfera: os veículos elétricos representam 25% das vendas no Estado que tem a maior adesão à eletrificação da mobilidade nos Estados Unidos. Amorim destaca essa baixa adesão em quase todo o país: “Em Michigan os carros elétricos representam 3% das vendas. Na Flórida 6%. Na Califórnia 55% do mercado é de modelos a combustão. A visão é que o carro elétrico não é ecológico, as pessoas compram por causa da tecnologia”. O resultado é que os principais modelos elétricos tiveram seus preços reduzidos. O Mustang Mach E e o Tesla Model 3 são bons exemplos, dentre muitos outros. E isto já causa distorção no mercado de veículos usados e impacta a modalidade de compra mais utilizada no mercado estadunidense, o leasing, pontua Amorim: “Ninguém consegue saber direito qual é o preço do carro elétrico usado porque não há histórico. Portanto é mais difícil precificar o valor residual do contrato de leasing”. Dessa forma há a expectativa testing/Shutterstock

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