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26 Junho 2024 | AutoData DESCARBONIZAÇÃO » TENDÊNCIAS ículos comerciais”. Ou seja: no Brasil, nos meios de transporte rodoviários, o CO2 escapa para valer da frota de caminhões e ônibus e nem tanto dos automóveis, pois quase 90% deles são equipados com motores flex, capazes de consumir o etanol, praticamente neutro em dióxido de carbono, com 80% a 90% reabsorvido pelas plantações de cana e milho que lhe dão origem. Apesar das evidências em contrário há uma campanha em quase todos os mercados para tornar o automóvel eletrificado o salvador da pátria global. Mas até agora os carros elétricos não fazem a menor diferença na resolução do problema para o qual eles foram criados. Seriam, apenas, um placebo. POUCO RESULTADO ATÉ NA CHINA A venda de veículos de passageiros eletrificados [elétricos puros e híbridos plug-in] na China, maior mercado do mundo, nos últimos doze meses foi de 10 milhões de unidades, segundo a Jato Dynamics, o que representa um terço das vendas totais de 30 milhões de veículos, em 2023. Pode parecer um volume significativo, mas diante da contabilidade das emissões do maior poluidor global a função do veículo elétrico é insignificante. Também não adianta os executivos das fabricantes repetirem o discurso de que há um processo de transição e é preciso tempo para as coisas acontecerem. As vítimas no Rio Grande do Sul e do próximo evento extremo no planeta não podem esperar mais. Foram destinados mais de US$ 173 bilhões em incentivos para consolidar na China a produção dos “veículos de novas energias”, como são chamados por lá os híbridos e elétricos. Segundo dados do próprio portal oficial do governo chinês a maioria das fabricantes ainda opera com prejuízos, principalmente porque investe muito dinheiro em pesquisa e desenvolvimento. Ou seja: além de não contribuírem com a necessária redução das emissões ainda perdem dinheiro com a eletrificação. O foco, agora, no que é considerada a fase de maturação da indústria de veículos eletrificados da China, é resolver as preocupações do consumidor a respeito da autonomia e da infraestrutura de carregamento. De acordo com informações neste mesmo portal do governo da República Popular da China, até o fim do ano passado existiam no país 6 mil 328 áreas de recarregamento de veículos elétricos, muitas delas com vários carregadores de alta velocidade com capacidade de 120 kW. Mesmo assim o próprio governo chinês reconhece que essa estrutura é insuficiente para seus mais de 500 milhões de motoristas e para a frota estimada em mais de 13 milhões de veículos considerando apenas os 100% elétricos. Esta impressionante frota se desenvolveu em poucos anos porque foi estimulada por política de Estado bastante complexa. Na China há isenções no imposto sobre o consumo para reduzir os custos de produção de veículos elétricos. Para compensar o tributo é recolhido dos produtores de bens de luxo e prejudiciais ao ambiente, incluindo cigarros e automóveis. Ao mesmo tempo os consumidores foram estimulados com subsídios e outras desonerações sobre o bem adquirido. Em 2022 terminou a primeira fase da política de Estado que durou oito anos e concedeu descontos de 4,8 mil yuans [R$ 3,3 mil] para modelos híbridos plug-in e Freepik

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