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16 FROM THE TOP » FERNANDO DE RIZZO, TUPY Junho 2024 | AutoData produção de motores a partir da base da Tupy no México. Com isso conseguimos um contrato de manufatura e também prestaremos serviços de usinagem e algumas pequenas pré-montagens. Nos últimos anos a Tupy apresentou resultados robustos: em 2023 apurou o maior faturamento de sua história, R$ 11,4 bilhões, e também o maior lucro líquido, de R$ 517 milhões. Como a empresa consegue investir em novos negócios e ter resultado financeiro positivo? Temos disciplina financeira e nossos passos são muito bem calculados. Já criamos toda a arquitetura da nova empresa que queríamos, com as fábricas, bases de conhecimento, a rede de distribuição extraordinária que veio com a MWM. A partir de agora temos de executar, alocar capital nos negócios certos, na ordem correta e no tempo correto. A Tupy trabalhava com margem de 14% sobre as vendas. Compramos duas empresas: a Teksid com margem na casa de 3%, a MWM de 7% a 8%. Hoje estamos operando a companhia na casa de 11% de margem. São bons resultados mas no momento que conseguirmos eliminar duplicações, gerar toda a eficiência que esse sistema combinado pode criar, voltaremos a resultados ainda melhores. Como estão planejados os investimentos? Continuamos investindo de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões em novos negócios, além do investimento de base, na casa de R$ 200 milhões. Como já mencionei estamos construindo uma nova operação no México. Mas há outras coisas na ordem, como o investimento em bioplantas [de biogás] que estamos fazendo. Assim conseguimos criar avenidas de crescimento em cada uma de nossas áreas de atuação. A Tupy integra o conjunto de empresas que formam o MBCB, Acordo de Cooperação para a Mobilidade e de Baixo Carbono para o Brasil. Qual é o papel da empresa na coalizão e quais ações estão sendo adotadas? Queremos a neutralidade tecnológica [de descarbonização]. O governo não tem de dizer qual é a tecnologia que eu vou usar, decidir por soluções que nem sempre estão prontas e não são as melhores a serem adotadas em um país ou região. Quem deve ser premiado é aquele que consegue descarbonizar mais a um custo menor. Por exemplo: existem regiões com excesso de resíduos gerando biometano para a atmosfera, que poderia ser capturado para movimentar todo o transporte público. Então não faz sentido eletrificar o transporte para substituir o diesel em um lugar onde se joga combustível na atmosfera. A noção do movimento é de levar à sociedade esse esclarecimento para que as políticas públicas venham na direção correta. A Tupy tem algum investimento em eletrificação? Temos um investimento em reciclagem de baterias [de lítio], porque é um processo metalúrgico que é a chave para tornar o carro elétrico ambientalmente coerente. Temos um projeto em curso na USP, na Escola Politécnica, já há dois anos, com vinte pesquisadores dedicados. Nós já aplicamos três patentes e este ano lançamos a nossa planta de demonstração.

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