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15 AutoData | Junho 2024 muitas vezes com blocos da Tupy que exportamos. Nós podemos prestar este serviço aqui com contratos de manufatura e fornecedores que temos. Qual que é a participação do setor automotivo nos negócios da Tupy? Mais de 90% do nosso faturamento. Somos fornecedor Tier 1 para todos os fabricantes de caminhões, máquinas agrícolas e de construção, dentro e fora do Brasil. O terceiro maior cliente da Tupy é a [fabricante de motores] Cummins, uma parceira de longuíssima data e um cliente muito relevante para nós, principalmente na América do Norte e também aqui. Eu passei dois anos no Tech Center da Cummins nos Estados Unidos, ajudando como um parceiro de desenvolvimento da fundição de novos motores. Com a compra da Teksid a Tupy colocou um pé na Europa, em Portugal, mas o negócio original previa a aquisição de todas as fábricas da fundição no mundo. Por que o negócio todo não foi concluído? O negócio original compreendia cinco fábricas: uma no México, uma em Portugal, uma no Brasil, uma na Polônia e uma na China. Nós assinamos o contrato em 2019 e em 2020 foi adotada uma nova regulamentação do Nafta [tratado de livre comércio de México, Estados Unidos e Canadá], que exige porcentual de conteúdo local crescente, até 2027, para os fabricantes de veículos da América do Norte. Então a região, que era um importador líquido de blocos e cabeçotes, passou a exigir a produção local. Em julho de 2020, no meio da pandemia, a análise do nosso processo atrasa no Departamento de Justiça [dos Estados Unidos] e quando eles fazem a análise avaliam que nós já tínhamos duas fundições no México e teríamos a terceira [da Teksid], o que resultaria em uma concentração da capacidade produtiva. Por isto o Departamento de Justiça pediu a renegociação da transação, isolando a planta do México. Naquele momento renegociamos [com a Teksid] para ficar com a planta de Portugal e a do Brasil [Betim, MG]. A nova regulamentação do Nafta traz novos negócios para a Tupy no México? A regulamentação trouxe grandes oportunidades, porque nossos clientes fabricantes de caminhões que traziam seus motores da Suécia, da Itália e da Alemanha terão de produzir em um dos três países [da América do Norte] e a Tupy receberá muitos novos pedidos. Anunciamos um ano atrás um projeto que vai gerar faturamento de R$ 650 milhões, que tem a ver com dois fabricantes europeus que a partir do ano que vem localizarão a “ Somos o terceiro maior exportador de autopeças do País e o maior contribuinte da balança comercial brasileira do setor desde 2005. Existem empresas que exportam mais, mas também importam mais. Como praticamente não importamos nada temos o maior saldo positivo.

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