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65 AutoData | Maio 2024 O plano foi comunicado no Palácio do Planalto diretamente ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a seu vice Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Nos últimos meses os dois já se encontraram com dezenas de executivos para receber notícias de investimentos de fabricantes de veículos leves que, somente este ano, passam dos R$ 77 bilhões e totalizam mais de R$ 100 bilhões quando somados aos anúncios feitos no ano passado. Assim como todos os outros o investimento da Honda Automóveis será focado no desenvolvimento de novos produtos e tecnologias para reduzir emissões, tanto para atender obrigações legais como para aproveitar os incentivos do Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, para o desenvolvimento de projetos no País – a Honda, aliás, já se habilitou a participar do programa antes mesmo de anunciar o aporte. Não por menos Arata Ichinose afirmou que a publicação do Mover foi fundamental para a decisão da companhia em definir seu novo ciclo de investimentos no Brasil. NOVO WR-V E HÍBRIDO FLEX Segundo a Honda parte dos aportes serão utilizados no desenvolvimento da nova geração do WR-V, a ser lançada já em 2025 – o SUV compacto foi o primeiro da marca projetado no Brasil, a partir da arquitetura do Fit, foi lançado em 2017 e parou de ser vendido no mercado brasileiro há dois anos porque seu motor não foi atualizado para a fase atual da legislação brasileira de controle de emissões, mas seguiu sendo produzido em Itirapina, SP, para exportações a países vizinhos. Outra parte importante dos investimentos será aplicada na nacionalização do powertrain híbrido e:HEV da Honda e adaptá-lo para o sistema flex com uso flexível de etanol ou gasolina em qualquer proporção. Em tese a propulsão híbrida flex poderá ser introduzida em qualquer um dos carros produzidos pela Honda no Brasil – atualmente são City hatch e sedã Divulgação/Honda e o SUV HR-V. Eletrificar os modelos será a forma mais eficiente de atender à legislação de emissões de poluentes e CO2 mais restritiva que começa a ser adotada pelo Brasil a partir do ano que vem com o Proconve L8 e o próprio Mover. Ichinose ainda não divulgou quando exatamente a tecnologia híbrida flex chega aos carros brasileiros da Honda, mas adianta que a intenção é nacionalizar o máximo que for possível: “Desenvolveremos fornecedores locais para fornecer equipamentos para o nosso sistema híbrido flex. Acreditamos muito na força do etanol como alternativa para a descarbonização”. O executivo confirmou que a fábrica de Itirapina já começou, desde a segunda quinzena de abril, a operar em dois turnos. Mais 1,7 mil trabalhadores serão contratados, ampliando para 3,5 mil o quadro de funcionários da unidade. “Este é o tamanho da confiança da Honda no Brasil. No ano passado produzimos em torno de 80 mil veículos e este ano estamos programando a produção de 100 mil”, projeta Ichinose. “Nossas estimativas indicam que em 2030, ao fim deste ciclo de R$ 4,2 bilhões, a produção alcance 150 mil unidades.” Os planos incluem também o aumento de exportações de veículos a partir da fábrica no Interior paulista. Linha de produção da Honda em Itirapina: carros terão sistema híbrido flex.

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