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39 AutoData | Maio 2024 dução nacional em novas tecnologias seja triplicada. Hoje o índice de digitalização, segundo o próprio governo, é de 23,5%. Para fomentar a inovação e digitalização da indústria foram reservados R$ 66 bilhões em financiamentos do Programa Mais Inovação com recursos do BNDES e da Finep, com custo de taxa TR, além de linhas não reembolsáveis definidas pelo CNDI. Sahad, do Sindipeças, diz que linhas de financiamento não têm sido gargalo para o setor, mas comemora a chegada de mais recursos. E destaca o Mover e seus projetos prioritários, que também atuam neste sentido: “Eles possibilitaram a muitas pequenas e médias empresas investir em inovação e desenvolvimento tecnológico”. Do lado das montadoras, segundo Calvet, da Anfavea, boa parte dos R$ 130 bilhões do ciclo atual de investimentos tem este objetivo: “Todos os investimentos miram, principalmente, produtos e processos. Melhoria de processo produtivo, seja automação do chão de fábrica, melhoria da produtividade e novas plataformas para novos produtos”. Segundo o diretor executivo da Anfavea os investimentos de anos atrás, após o Inovar-Auto, visavam à ampliação da capacidade produtiva que vislumbrava uma demanda que ainda não veio. “Então temos capacidade ociosa. Portanto, tirando as empresas que estão entrando agora, não deverá haver investimento em ampliação de fábricas.” O objetivo agora é reduzir a diferença de tecnologias e produtividade que eventualmente existe com outras regiões do mundo e posicionar as fábricas brasileiras no nível global, tornando possível a competição por mais investimentos em um futuro novo ciclo. DE VOLTA AO JOGO Afora NIB e Mover, Calvet cita outras políticas do governo que ajudam a alavancar a produção automotiva de forma mais concreta: “Temos as obras do PAC, que puxam a demanda por máquinas propulsadas e caminhões. O Caminho da Escola, que gera efeito direto na indústria de ônibus”. “O setor automotivo está de volta”, sentenciou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, em evento que marcou o lançamento das primeiras regulamentações do Mover, em Brasília, DF, na presença do presidente Lula. De fato há muito tempo não há uma perspectiva tão otimista quando se olha para o horizonte. O que não pode acontecer, novamente parafraseando Lima Leite, que usualmente cita Roberto Campos, é o País “perder a oportunidade de perder uma oportunidade” Divulgação/Renault

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