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23 AutoData | Maio 2024 Bonini lembrou que os fabricantes de caminhões já têm parceria com a academia e apostam em engenharia qualificada para trabalhar em alternativas de propulsão que são fortes no País, a exemplo dos biocombustíveis, e que muitas delas possuem desenvolvimento global alocado no Brasil: “Temos mão-de-obra e cadeia de fornecedores muito capazes. Tanto que se analisarmos o peso do setor automotivo no PIB industrial brasileiro ele gira em torno de 20%. Mas se o cálculo for feito a partir do P&D dessas empresas no País chega a um terço do total, incluindo todos os setores”. VENTOS A FAVOR DOS IMPLEMENTOS O mercado de implementos rodoviários vive momento bem diferente dos caminhões que os puxam. Executivos do setor que participaram de um dos painéis do Fórum relataram uma mudança no comportamento das vendas: historicamente a cada caminhão semipesado ou pesado vendido se registrava a venda de 1,3 a 1,4 carretas, mas o cenário mudou e a diferença subiu para algo em torno de 1,7 a 1,8. Alguns fatores explicam a maior venda de implementos na comparação com os caminhões: “Temos muitos clientes que estão expandindo as suas operações. Então, um veículo que antes puxava grãos ganha um novo implemento para puxar combustível, por exemplo”, conta Sílvio Campos, diretor comercial da Librelato. “Desta forma o cliente foge da sazonalidade do agronegócio e tem frete cheio o ano inteiro com o mesmo caminhão”. Quando este movimento começou, no ano passado, a expectativa era de que em algum momento a demanda voltasse ao patamar histórico, mas os números indicam que o novo patamar chegou para ficar. Claude Padilha, diretor de vendas e marketing da Randon Implementos, deu outras razões para este avanço: “O caminhão é muito tecnológico, mas consegue fazer mais de uma operação, em muitos casos, enquanto o cenário de implementos é diferente. O cliente que pretende expandir sua operação e atuar em outro segmento requer um equipamento novo para realizar o transporte”. Este avanço das vendas de implementos sobre os caminhões também foi impulsionado pela motorização Euro 6. Muitos transportadores optaram por renovar seus implementos e adiar a compra de um caminhão novo, considerando que o desgaste do equipamento é maior nas operações. A chegada da carreta com quarto eixo também aqueceu a demanda por implementos e, no ano passado, seu primeiro ano cheio de vendas, já representou 20% das vendas totais.

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