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58 Abril 2024 | AutoData ELETRIFICAÇÃO » TRANSPORTE PÚBLICO Diante dessa situação Bruno Paiva, diretor da divisão de ônibus elétricos da BYD, afirma: “O ônibus é a parte mais fácil de todo o processo”. Em tempo: a tarifa de ônibus em Bogotá é de 2 mil 950 pesos colombianos, o equivalente a cerca de R$ 4,00. Ou 10% abaixo da tarifa cobrada em São Paulo. BYD AVANÇA SEM BRASIL Em torno de 2,5 mil ônibus com chassi urbano 100% elétrico BYD já circulam em capitais da América do Sul, montados com diferentes carrocerias – e 1,4 mil só na Colômbia, em Bogotá. Nenhum deles, porém, saiu da fábrica que a chinesa mantém em Campinas, SP, inaugurada em 2017. Todas as unidades vendidas em outros mercados sul-americanos foram importados da China. Embora pareça uma insanidade, pela distância, a decisão tem explicação racional, dada por Lara Zhang, diretora regional da unidade colombiana da companhia, sediada em Bogotá: os custos de trazer os chassis da China ainda são menores. E existem alguns motivos para isto: o primeiro e principal é que a operação brasileira ainda não é robusta – foram produzidos pouco mais de cem chassis em seis anos de operação em Campinas – e muitos componentes são importados. Assim não faz sentido enviar componentes da China para o Brasil e depois exportar o chassi para a Colômbia – embora existam mecanismos de drawback que isentem, ao menos, os tributos de toda essa operação. “Teríamos de fazer dois fretes, o que eleva o custo”, afirma Zhang. “Outro fator é a especificação dos ônibus usados em Bogotá, que é diferente do Brasil e existe um custo de adaptação. Como a operação chinesa é mais robusta esse custo acaba sendo menor lá.” Bruno Paiva, diretor da divisão de ônibus elétricos da BYD do Brasil, afirma que existem conversas para localização de componentes para reduzir a dependência de peças chinesas, mas esbarram no baixo volume: “Quando apresentamos aos fornecedores o volume planejado a conversa não avança. Precisamos produzir mais ônibus no Brasil para podermos justificar a nacionalização dos componentes”. Hoje são montadas no Brasil, na Zona Franca de Manaus, AM, as baterias dos ônibus BYD e os quadros do chassi. Paiva iniciou conversas para localizar itens como eixo, válvula e suspensão. A demanda ainda é baixa mas a BYD segue acreditando no crescimento da demanda brasileira. Recentes movimentos, como o da Prefeitura de São Paulo que tem a meta colocar em circulação 2,5 mil ônibus elétricos até o fim do ano, indicam que a decisão de insistir na fábrica de Campinas segue sendo acertada. Entrada da garagem da La Rolita: ônibus elétricos BYD com carrocerias urbanas da Busscar.

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