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57 AutoData | Abril 2024 ônibus começaram a circular por Bogotá. “Hoje transportamos, em catorze rotas, de 60 mil a 70 mil passageiros”. QUINZE ANOS PARA RODAR Para dar sequência ao seu plano de descarbonização, idealizado pouco antes do início da pandemia, a Transmilenium mexeu em seu plano de contratação. Enquanto os ônibus a diesel ou GNV podem operar por dez anos, para os elétricos o contrato foi estendido para quinze anos. Hoje dez pátios abrigam os ônibus 100% elétricos, que já representam 14% de toda a frota circulante de Bogotá. A operação dos elétricos é carbono neutro, com energia proveniente de fontes renováveis – na Colômbia 80% da energia vêm de fonte hídrica, 15% térmica e 5% das demais, como solar e eólica. Adicionalmente as garagens começam a instalar painéis fotovoltaicos para gerar sua própria energia limpa para a operação. O próximo passo, contou Deizy Rodriguez, diretora de planejamento da Transmilenium, é incorporar modelos articulados elétricos ao sistema. Licitações, com cerca de 3 mil ônibus, deverão ocorrer nos próximos anos e diversas empresas, como Volvo, Scania e a própria BYD, além de outras chinesas como a Yuton, estão de olho. “Com a primeira etapa e a incorporação destes 1,5 mil ônibus passamos a deixar de emitir à atmosfera 94,3 mil toneladas de CO2 por ano.” ENQUANTO ISSO, EM SÃO PAULO... Enquanto isso, em São Paulo, segue o imbróglio para adotar mais ônibus elétricos para o sistema de transporte público. Quem acompanhou o Seminário Megatendências 2024, organizado por AutoData em março, foi informado que a infraestrutura de recarga é o maior gargalo para o avanço da eletrificação no transporte público de passageiros no País. Mas, se em Bogotá funciona, por que na maior cidade da América Latina existe tanta dificuldade? A Enel, que distribui a energia para a Capital paulista, disse precisar de até quinze meses para instalar infraestrutura de alta voltagem, o que está dentro do prazo de construção de uma garagem que AutoData visitou na Capital colombiana. Outro fator que trava é o investimento, que pode variar de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões. De todo modo a Prefeitura de São Paulo está disposta a seguir adiante com seu plano e conseguiu os financiamentos para que os operadores troquem seus ônibus e até arcará com parte do investimento nos veículos. Mas as garagens deverão investir em sua infraestrutura. Garagem da Green Móvil em Bogotá: ônibus 100% elétricos com chassis BYD e carrocerias Superpolo, associada da Marcopolo na Colômbia.

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