45 AutoData | Abril 2024 Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea: “Este governo ouviu a indústria e o setor automotivo está de volta”. durante a COP 27, no Egito, no fim de 2022: “Naquela ocasião apresentamos investimentos programados em torno de R$ 50 bilhões e o senhor me disse que eu teria de trabalhar muito pois precisaria dobrar aqueles números. Este governo deu atenção à indústria e hoje nós já chegamos ao dobro”. De fato fazia mais de uma década que as agendas do presidente do Brasil e de seu vice – neste caso Geraldo Alckmin também cumprindo a função de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – não ficavam tão recheadas de compromissos dedicados ao setor automotivo e encontros com executivos de empresas e entidades, em visitas ao Palácio do Planalto ou em eventos nas fábricas, para anúncios de investimentos bilionários. Somente no primeiro trimestre os dois, Lula e Alckmin, receberam notícias diretas de sete empresas que adicionaram R$ 67,3 bilhões a programas de investimentos que começam este ano e se estendem até 2032. Com isto o ciclo de aportes no horizonte de uma década, de 2022 a 2032, já soma R$ 99,4 bilhões (veja quadro). O presidente da Anfavea vem dizendo que tudo que era necessário para o setor voltar a investir no Brasil está acontecendo. Lima Leite observa que o governo deu à indústria um horizonte de regras claras e positivas para o desenvolvimento industrial no País, citando especificamente o Mover, a volta da aplicação de imposto de importação para carros elétricos e híbridos e a aprovação da reforma tributária no Congresso: “Jamais teríamos investimentos dessa ordem aqui sem essa previsibilidade”. TODOS QUEREM INVESTIR O valor de investimentos somados na casa dos R$ 100 bilhões considera somente os anúncios feitos até meados de abril por doze fabricantes de veículos leves ao longo dos últimos dois anos. Estão nesta lista dez associados à Anfavea, que já têm operações industriais no País, e as duas chinesas BYD e GWM ainda não associadas, ambas adaptando fábricas para iniciar a produção nacional neste ano e no próximo. Divulgação/Anfavea A maior parte dos investimentos anunciados é nova, são recursos que começam a ser aplicados a partir deste ano, mas há três empresas que já tinham programas em andamento e, diante das novas condições trazidas pelo Mover e seus incentivos, este ano decidiram ampliar significativamente o valor e o prazo de seus ciclos: caso da Volkswagen que aumentou os aportes de R$ 7 bilhões até 2026 para R$ 16 bilhões até 2028, da Toyota que subiu de R$ 1,7 bilhão até 2025 para R$ 11 bilhões até 2030 e da BYD, que antes mesmo de começar a produzir no País elevou de R$ 3 bilhões para R$ 5,5 bilhões seu investimento inicial. No clube dos maiores investimentos já anunciados por estas empresas na história de cada uma delas no Brasil, o Grupo Stellantis anunciou o maior já visto em todos os tempos no setor [em termos nominais]: R$ 30 bilhões de 2025 a 2030 para lançar quarenta modelos das marcas Fiat, Citroën, Jeep, Peugeot e Ram e, assim como todos os outros, desenvolver veículos eletrificados. Espera-se que o valor dos investimentos ainda continue a ser inflado nos próximos meses com anúncios de mais empresas, especialmente associadas da Anfavea que ainda não o fizeram, caso da Honda, do Grupo JLR e até da Ford, que embora tenha encerrado atividades industriais no País,
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