79 AutoData | Março 2024 carros elétricos equipados com células de combustível. Não à toa Chung presenteou Lula com uma miniatura do N Vision 74, modelo elétrico alimentado por hidrogênio de alto desempenho da Hyundai, com 680 cv e design inspirado no Pony Coupe, o primeiro carro produzido pela fabricante coreana, em 1974. Com quase vinte anos acumulados de pesquisa e aplicação do hidrogênio em veículos na Coreia do Sul a Hyundai enxerga no Brasil oportunidade de ouro para dar passos à frente na descarbonização com o biocombustível aliado à eletrificação: “Um dos grandes problemas do hidrogênio é o armazenamento e o transporte”, pondera Airton Cousseau. “Com o etanol podemos fazer a transformação no posto de combustível, eliminando boa parte desses entraves”. Para dar sequência às pesquisas a Hyundai brasileira criou uma divisão focada no hidrogênio e nomeou Anderson Suzuki para liderá-la. Na visita de Chung a companhia assinou acordo com a USP, Universidade de São Paulo, para integrar projeto do qual a Toyota também faz parte. Nas próximas semanas um Nexo, veículo elétrico movido a hidrogênio, chegará ao País para integrar os testes do projeto. Na Coreia do Sul, sede da Hyundai, o uso de hidrogênio em veículos vem crescendo, especialmente no segmento de transporte de cargas e passageiros. A companhia mantém uma fábrica de células de combustível já pensada para exportação. HÍBRIDO FLEX E MAIS 100 ENGENHEIROS Mais para o curto prazo a Hyundai introduzirá em sua linha motores híbridos flex. Dentro do ciclo de investimento, segundo Cousseau, está planejada a expansão da produção de motores em Piracicaba, SP. Hoje a fábrica produz 70 mil motores 1.0 aspirados por ano e a ideia é montar conjuntos híbridos flex na unidade, que podem equipar a linha atual de veículos produzidos na fábrica ao lado. “Nossa prioridade, hoje, é a tecnologia híbrida flex. Por isto o grosso do investimento será aplicado em tecnologia, pois queremos dar passos à frente na descarbonização em linha com o que o Programa Mover propõe.” Ainda dentro da proposta do Mover a Hyundai pretende contratar ao menos cem engenheiros para reforçar sua área de pesquisa e desenvolvimento, hoje formada por 39 profissionais. A ideia de Cousseau é ter áreas de desenvolvimento focadas em localização de peças, para trabalhar junto com a área de compras, de chassis, de conectividade, de homologação e emissões e de novos motores. “A engenharia brasileira é muito boa e, comparada com a europeia ou a dos Estados Unidos, relativamente barata. Vamos inserir a nossa área de P&D na Hyundai global e ter mais gente aqui é fundamental por causa das oportunidades com o etanol.”
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