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78 Março 2024 | AutoData INDÚSTRIA » INVESTIMENTO aumentar a oferta de produtos nacionais sem precisar investir em uma nova fábrica, pois desde os primeiros anos o complexo de Piracicaba produz em capacidade máxima de 200 mil unidades/ano, sem espaço para crescer, como conta o presidente Airton Cousseau: “O gargalo está na pintura. É um investimento tão elevado que faria mais sentido construir outra fábrica. A indústria automotiva nacional ainda tem bastante ociosidade e o cenário de Piracicaba é único no Brasil. Então encontramos a oportunidade de preencher a capacidade de Anápolis, em parceria com a Caoa”. O plano, informa Cosseau, faz parte do ciclo de investimento de US$ 1,1 bilhão, ou R$ 5,5 bilhões, anunciado ao presidente Lula em janeiro. O executivo fez mistério quanto aos dois novos modelos para Goiás, mas admite que fazem parte do portfólio global da Hyundai: “A partir de agora seremos cada vez mais globais”. O presidente também deixou claro que a intenção é competir em segmentos onde hoje a Hyundai não tem opções no Brasil. SINERGIA Cousseau afirmou que a unificação das operações abre espaço para diversas sinergias. Com a Caoa o cálculo é de R$ 1 bilhão em importação, logística, vendas etc. Oportunidades também existem na cadeia de fornecedores. Hoje os modelos produzidos em Piracicaba têm índice de nacionalização de 55%, em média, mas o executivo afirmou que a ideia é expandir para, no mínimo, 80%. “Investiremos em engenharia para nacionalização de componentes, tarefa que não pode ser feita somente pela área de compras. E temos oportunidades de sinergias dos nossos fornecedores instalados em Piracicaba [boa parte deles do próprio Grupo Hyundai] com os da Caoa em Anápolis e vice-versa.” A Hyundai definirá quais modelos, versões e volume serão produzidos em Anápolis, mas a produção será feita pela Caoa, que será remunerada por cada unidade que sair das linhas de montagem. Há possibilidade de exportação a partir da unidade, embora nada esteja definido. “Exportar é importante porque conseguimos nos proteger das oscilações do câmbio. Hoje, em Piracicaba, 10% do que produzimos vai para México, Colômbia, Argentina, Paraguai e Uruguai. Não conseguimos fazer mais porque temos toda a capacidade tomada.” HIDROGÊNIO O desenvolvimento de novas tecnologias alternativas de propulsão e a expansão da força de pesquisa e de desenvolvimento deverão consumir a maior parte dos R$ 5,5 bilhões que a Hyundai promete aplicar aqui até 2032. Um projeto, em especial, faz brilhar os olhos da direção e deixou o CEO global Euisun Chung entusiasmado: a produção de hidrogênio a partir do etanol para abastecer Palisade, Ionic 5, Santa Fe e Kona (da esq. à dir.): os primeiros modelos importados pela Hyundai após o fim da exclusividade da Caoa. Divulgação/Hyundai

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